4.11.05

minha raiva, não vai passar.

é só desconforme, estômago vazio, falta de teto, vai passar.


essa vontade de ver um mundo justo. vai passar.


como passam os heróis e os ladrões, os vertebrados sanguinários, as águias e os falcões. como passam os protestos, os dylans, os vedders, os gils que já morreram... como passam as flores, as águas por debaixo da ponte. descomunalmente verdadeira essa minha tristeza. vai passar.


essa bandeira em chamas, batalhas para confirmar quem são os melhores compressores de botões, peões em campo manipulados por sultões, príncipes tártaros, bavários, estupradores. sorrisos ardilosos sedentos por morte, sedentos por domínio. correndo em campos livres, bebendo o sangue de gênios do ar, água e terra.


não vai passar.