31.7.09

dois pra lá, dois pra cá



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Ai... Ouvir Elis... É como catar pedrinhas no asfalto e enterra-las de volta dentro do meu umbigo. Rasgar a sola dos sapatos e resolver que de pés nus contra a areia é que se caminha direito mesmo que errado... Resolver que engolir o choro é coisa de sujeito de fraca coragem e péssima índole enquanto se embebeda de guaraná. Ouvir Elis é de fato, brasileiramente bom demais...


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29.7.09

e eu que arrumo o canto de algum jeito que me faça sentir um pouco mais em... casa. ligo algum som mesmo que seja o pouco som das caixas embutidas no notebook, arranjo as músicas de algum jeito que façam sentido nesse pouco sentido que me rodeia. esqueço e fingo que perdi a hora pra dizer que não vou e não quero, mesmo que seja óbvio e inútil... fui eu quem pavimentei essa estrada, eu sei. nada do que aconteceu foi por nada, foi por mim, eu sei. e se cada minuto que passa, passa arrastando como se uma bola de ferro estivesse presa ao meu calcanhar fui eu quem quis ver isso tudo acontecendo dessa forma, tanto que até o clima frio voltou para que eu mesma pudesse me sentir melhor... melhor? será que isso existe?

e tudo isso pra dizer que ainda não sei quando volto a fazer tudo o que gosto de fazer...


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19.7.09

pois...


sabe duma?

nada que se recusa a viver e ignora o rigoroso querer do ser merece qualquer atenção. atenção? eu que pensava em dois talvez agora pare e pense em dez. as vozes são escassas mas os peitos? ah, batendo revoltados dentro de mim, todos eles merecem atenção porque é deles o desejo de se entender como sobra, como resto do que se é além de si - nada mais pertence, nem mesmo a mim e por essa razão aprendo a reviver tudo aquilo que não se ressuscita. ouso ousar, e isso não é para muitos não, é para um punhado de milhões... e onde estão? onde nadam enquanto o mar se esvai? perto de um túmulo qualquer - um dos peitos dentro de mim pulsando em cera quente grita, ouso ouvir.

é o pouco som.

não, não...

não?

não. é a falta de.


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The Dead Weather - Treat me like your mother



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E aqui está o clipe/filme da música
Treat me like your Mother do primeiro disco
da nova banda do Jack White...

Paciência, ele não para.


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bizarros, meu filho, bizarros.


"I love like a woman but cut like a buffalo"
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momentos inesquecíveis (alice sendo melancólica) parte 21





"You know what luck is? Luck is believing you're lucky, that's all... To hold a front position in this rat-race, you've got to believe you are lucky..."


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Personagem Stanley no filme "Um Bonde chamado Desejo" (peça de Tennessee Williams) interpretado magistralmente pelo mais do que perfeito Marlon Brando no filme de 1951.


*insira suspiros aqui*



14.7.09

CENSURA? POR CIMA DE MIM!


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TEXTO TIRADO DO BLOG VARAL DE IDÉIAS, VAMOS TODOS CONTRIBUIR E ACABAR COM ESSA PALHAÇADA!




Leiam AQUI e AQUI
Em poucas palavras, como eu gosto que sejam os textos na internet, esse Deputado Flávio Dino, apresentou uma lei que irá para o Senado, restringindo os meios de comunicação, e incluindo entre eles os BLOGS, nas campanhas eleitorais. E o objetivo é já estar em vigor nas próximas de 2010. Precisamos nos mobilizar e não deixar essa Lei passar no Senado. Os blogs UNIDOS jamais serão VENCIDOS! Cole o banner em seu blog e divulgue essa infeliz lei.

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11.7.09

porque a gente precisa ouvir denovo, novamente e mais uma vez... parte 9





"Eu estava entendendo que “pedir” eram ainda os últimos restos de um mundo apelável que, mais e mais, se estava tornando remoto. E se eu continuava a querer pedir era para ainda me agarrar aos últimos restos de minha civilização antiga, agarrar-me para não me deixar ser arrastada pelo que agora me reivindicava. E ao quê - num gozo sem esperança - eu já cedia, ah eu já queria ceder - ter experimentado já era o começo de um inferno de querer, querer, querer... A minha vontade de querer era mais forte do que a minha vontade de salvação?"

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9.7.09

hoje(s)



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uma casa para desmontar,
menos de um mês para se desfazer de tudo que no fim não é muito.

dois artigos encomendados na minha segunda língua e
longa espera por respostas de todos os cantos do globo me consumindo,
enquanto o futuro próximo continua no absoluto escuro -


a vida nunca pareceu tão... moldável.


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5.7.09

Princes of cool



ANTES DE LER ESSE POST: Dona Doida não fuma e não quer que você fume. Dona Doida (também chamada de Alice Salles) não acha que eles são a melhor coisa da terra. Ela também não quer que caras por aí saiam fazendo plásticas. Isso tudo é uma grande e deliciosa brincadeira.... Tenho dito, agora leiam!

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Faz tempo que noto que para o desespero geral da população internacional masculina, certos rapazes aparecem e transformam completamente a idéia do que gerações de mulheres inteiras esperam do sexo oposto. Deve ser duro ser homem! Mas é ainda mais duro ser mulher e ter de conviver com o fato que essas verdadeiras obras primas nunca cairão no seu colo - a não ser que você viva ali no habitat por onde esses filhotes de mal caminho andam... Enfim. Alguns acabam ditando comportamento de outras estrelas que virão depois dele, outros transformam toda a imagem das produções que fazem parte e por consequência mudam o destino de todos que delas participam. Alguns continuam trabalhando muito bem por toda a vida e viram senhores ainda gatos - sim, é verdade! - e outros não tem lá tanta sorte em entender o que a fama significa. Eu que sou praticamente uma ainda-adolescente-em-chamas percebi que esses casos isolados não são tão isolados assim e respondem a uma necessidade temporal. Ó! Como eu sou observadora! Não, não é isso. A questão é simples: alguns desses rapazes, os Princes of Cool como eu gosto de chamar, aparecem quando a necessidade por se fugir de uma realidade talvez um pouco real demais surge. E isso não acontece só com as moças, mas sim com toda uma população, e apesar dessa certeza hoje irei falar apenas da necessidade delas e de suas presas, daqueles que receberam a coroa de príncipe e a promessa de um futuro brilhante dentro de um pacote um tanto surreal: coolness (tirem o dicionário da estante!).

Um verdadeiro Prince of Cool nunca parece estar cansado nem sujo o suficiente para perder sua pose. Princes of Cool ficam doentes e muitas vezes tem cicatrizes horrorosas para mostrar pelo o que passaram, mas nunca perdem o meio sorriso, porque Princes of Cool nunca mostram todos os dentes de uma vez - só para as suas garotas, as Princesses of Cool. Parece que eles também sempre tem um cigarro no canto da boca até porque esquecem dele ali, e o cabelo do Prince of Cool nunca está digamos... limpo! Princes of Cool fazem questão de quebrar a cara do sujeito que está atrás de você e não é com um soco que conseguem tamanha façanha, é sempre com alguma frase bem colocada - até porque ninguém espera que um Prince of Cool vá saber falar direito, mas ele sempre sabe o que, como e quando como ninguém. Ah... Princes of Cool...

Mas vamos ao que interessa, voltando ao tempo:

Quando em 1938 Orson Welles fez milhares de ouvintes entrarem em pânico com sua história de invasão alienígena na Terra, o protótipo do jovem irresponsável e sem nada a perder era criado quase que de imediato e Welles não tardaria a ter sua imagem relacionada a essa feliz ocasião, afinal ele morreu com a fama de - com licença - comedor de alta classe pois haviam poucas meninotas que resistiam ao seu charminho de mentiroso que não se deixava entregar. Ele possuía o verdadeiro poder quase mutante de ser um bom rapaz e um absoluto demente tudo dentro do mesmo pacote. Quem consegue não querer um cara desses? Impossível!

Nascia ali o primeiro e verdadeiro Prince of Cool, Mr. Orson Welles.




Alguns anos depois um brutamontes de coração tenro entrava sem pedir licença num cinema perto de você. Em 1948 Marlon Brando estreava com "A Streetcar Named Desire" na Broadway - que alguns anos depois se transformaria em filme - e a mera menção do seu nome fazia com que mulheres por todo o globo desmaiassem por falta de ar e de Brando. Ele tinha o pacote completo: filho de pais complicados, havia sido expulso do colégio por dirigir uma moto dentro do prédio escolar (!) e sem muitas escolhas saiu por aí a mentir e usar seu charminho para conseguir o que queria, e deu certo! Marlon Brando deu continuidade ao esteriótipo (no bom sentido) do Prince of Cool, carregando a imagem de irresponsável porém benévolo ser de beleza ímpar adiante!



Mais alguns anos se passam, muitos ídolos vêm e vão até que um mocinho de olhar azul como era azul o céu que lhe servia de teto e lar, recém chegado do seu serviço militar como um piloto frustrado (era daltônico o pobre rapaz), logo tomaria o cinema como um ator de sucesso. Foi em Cool Hand Luke de 1967 que seu ar de Prince of Cool apareceu e depois dali nunca mais morreu. Paul Newman era mais do que um pedaço de mal caminho, ele era... casado! E cheio de filhos, para o desespero feminino internacional, mas tudo bem. O que realmente importava é que ele também carregou o cedro e a coroa até que...



Um cara tão jovem quanto enrugado apareceu com uma frase célebre a permear as imaginações sujas de seus espectadores: "The question is, do you feel lucky, punk?" Clint Eastwood apavorava os machões e arrancava suspiros tímidos das raparigas de plantão enquanto os hippies tomavam conta do mundo lá fora. Clint era um Prince of Cool observador, suas sobrancelhas tortas nunca perdiam suas posições originais e sua arma estava sempre presa a cintura esbelta. Esse Prince of Cool nunca parou de surpreender até hoje com os seus 79 anos de idade.



Depois de tanta dureza, o próximo Prince of Coolness precisava ser mais... delicado. Porque não? As mulheres já não aguentavam mais tanto cheiro de pneu queimado no ar e foi dessa necessidade que River Phoenix apareceu como quem aparece das cinzas, literalmente. Filho de dois hippies inconsequentes, River (é, os pais o chamaram de "rio"!) fez sua segunda aparição cinematográfica arrancando olhares cheios de culpa das senhoras que nas poltronas sentavam com suas crianças. No filme Stand By Me o pré-adolescente River já parecia um homem e sua atitude de Prince of Cool já deixava a todos de queixo caído e babador em mãos. O rapaz era tão irresponsável que veio a morrer do jeito que viveu: sem desacelerar. Uma overdose levou nosso Prince of Cool pra longe nos braços do seu irmãozinho Joaquim, que veio a ser ator muitos anos depois.



O próximo Prince of Cool é o meu favorito entro todos os Princes of Cool. É aquele que apareceu nesse blog uma centena de vezes e que não vai parar assim tão facilmente. Essa realeza é de fato um príncipe. Portador de uma índole invejável e de um par de olhos insubstituíveis, Leonardo DiCaprio ficou famoso com tudo o que tem direito quando o mega blockbuster Titanic foi retirado dos fundos do Atlântico. Seu nome e sua carinha estavam em todos os lugares e seu porte de Prince of Cool era tão óbvio quanto seu talento. Ele continua a afundar mulheres em suas lágrimas e pedidos por mais, mais, mais filmes sem perder nunca o cigarro do canto da boca, mas um cara mais novo apareceu - sempre aparece!



E que cara! O mais novo Prince of Cool se chama Robert Pattinson e ele merece esse título não porque está em tudo quanto é lugar por causa do filminho meia boca Twilight (eu não assisti como não pretendo fazê-lo), mas sim porque ele tem aquelas mesmas qualidades que todos os Princes of Cool sempre tiveram: ar de irresponsável, cigarro sempre no canto da boca e olhar (e atitude) de quem não está nem aí para o mundo – muito menos para eles mesmos.

E agora é esperar pra ver quem será o próximo...

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3.7.09



...




pois todos agora perguntam "porque?"...
não entenderam que a pergunta saiu tarde?


...


1.7.09


"A dor persistia. E em cada passo sobre cada nova etapa dessa calçada sempre entapetada por milhares de cacos de vidro, uma nova certeza: a dor de cabeça era aquele lugar. O ar enfarpado, encrostado nas poças de sangue ainda vermelhas e cheirando a morte fresca sobre as cabeças gordas dos grandes babacas que por ali viviam. Grandes babacas, ela repetia, grandes babacas com caras redondas e sorrisos ofegantes. Olhos de vidro, vidro in vitro nos cacos sobre o cinza constante olhando por todos os lados e o sol queimando inexplicavelmente como um grande jorro de ácido só encontrado internamente. Ácido interno e quimicamente irreversível, tudo o que tocava não era ouro, era ácido. Seus pés que queimavam sem deixar rastros reais e sim apenas idéias visuais do que seria um mundo como aquele em que ela ali vivia. A dor persistia."


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poesia que não é mas que é minha


no --
i have no faith in medicine so bite me,
on my mom's side of the family
everyone is a doctor

on my dad's side
everyone is a poet

maybe I'm the best of two worlds but
I might as well
be the worst.



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