4.10.11

Brando, Hardy e Warrior e o que todos eles tem em comum


Tom Hardy. Why so foda?

O ‘Brando Britânico’, é como chamam esse rapaz de torso bem desenvolvido, dentes esquecidos e olhar pouco convidativo.

Homem desses que nos força a esquecer o que era mesmo que estávamos assistindo, mesmo que por poucos segundos. Vira e mexe odiamos sua presença pouco confortável. Entre uma lágrima e um suspiro bobo, uma vontade de se retirar do cinema. Moços como o Hardy possuem esse estranho charme seco que por pouco não cancela o que é prazeroso de se examinar.

Homens sentem-se compelidos a acreditar no que ele esconde. Mulheres sentem-se atraídas pela forma como ele permanece longe de qualquer atenção especial.

Aquilo tudo é ele mesmo.

Um monumento de carne e osso todo rabiscado presente ali, inteiro na tela. Relutante e brilhante em uma só sentada, sem dó de quem nunca poderá chegar perto. Sem pena alguma por quem não pode sequer encontrar alguma saída para essa ilusão de homem criada durante uma hora e meia de... filme bonito.

Ah... suspiros.

O Brando fazia isso, do jeito todo grosseiro dele. Hardy faz o mesmo, com um cinismo tão calculado que beira a autonegligência. A impressão que fica é o que a realidade teima em esconder: ele é perfeito.

Como Brando era perfeito.

Por uma hora e pouco, esse homem de sonho inferniza nossas cismas. Bruto e sem arte, real e hábil como todo homem em sua essência deveria ser. Ah Tom Hardy, porque tão homem? Tão sem brilho e tão cruel.

Minha vida e muitas outras por aquilo que tormenta suas ideias. 

(Isso tudo pra dizer que o filme ‘Warrior’ vale muito a pena. Tenho dito.)



1.10.11

nada se perde (nem se ganha)


~

Pensei que sentiria algo. Qualquer coisa. Um toque de arrependimento ou de raiva ou qualquer negócio semelhante a algum dilema moral, algum carinho pendente, um resto de ego ferido, um tal de desejo mal resolvido... mas não. Não sinto nem senti absolutamente nada.


Nem um sopro de alguma coisa que jamais irei compreender. Um frio qualquer.


Nada.


Enquanto imaginava que conhecia a raiz dessa paixão de ocasião, pensava também ter certeza absoluta dos rumos que tais histórias tomariam. No fim percebi que nem a raiz nem o intuito da questão estavam sob o meu controle, mas nem por isso o mundo perdeu seu tom vermelho, nem minha terra perdeu o gosto de sonho, nem minhas palavras perderam seu volume imperceptível aos mortais com ouvidos destreinados.


A dor poderia ter sido aguda, a brutalidade uma forma de colocar tudo de volta no seu lugar, mas a verdade é que nada do que aconteceu me fez sentir qualquer coisa além de...


Um grande nada.


Tempo perdido? Nunca.


Tempo. Sim.


Tempo mal investido? Não. Tempo. E por coisas dessas como o tempo, baseadas em teorias quase frustradas nós não perdemos o sono. Muito menos a piada. Muito menos o texto hermético, esse tal desse mundo de palavras cruzadas. Não perdemos nada não, nem ganhamos.


Chegamos a alguma conclusão? Não. A algum método mais eficiente de se viver a vida? Definitivamente não. Chegamos ao fim de algo que nunca foi e a esse fato brindamos, porque a vida é cheia deles e nem por isso o vento lá fora para de protestar.


~~