30.9.08

vamos dividir esse momento, novamente.

assistam a esse video, e depois leiam o que eu escrevi logo abaixo.


essas coisas vêm à minha cabeça:

  1. Porque ninguém mais usa chapéu?
  2. Porque chamaram a polícia sendo que quem tava lá em cima eram os Beatles, muito mais populares que Jesus Cristo? Chamariam a polícia para Jesus também?
  3. Porque o Ringo escolheu aquele casaco? Dói o olho.
  4. Eu sou gamada no John Lennon.
  5. O Paul tava com frio.
  6. Coitado do George, mal aparece na fita.
  7. Porque raios o povo não tentou subir o prédio pra se jogar neles, eu tentaria!
  8. Precisamos deles novamente.
  9. Porque eu não consigo usar casaco daquele jeito? Nunca tá frio o suficiente.
  10. Gente! Calça verde não dá!
  11. Adoro gola "turtle neck"!
  12. PUT ME BACK IN THE SIXTIES!

BOM DIA!




*detalhe, não sei porque o video ta repetido!


choosing the shinny ones instead


se eu pudesse me conter em uma frase teria que me esquecer. são tantas, as palavras me definem da mesma forma que me pedem para entregar o significado de volta à elas. o que acontece se o que eu ouço e o que eu dou não funciona na mesma proporção? será acidente? talvez. do que eu estou falando? não sei. ontem eu vi nos olhos de quem não imagina que o mundo é imenso, que a inocência foi morta mais uma vez, da forma mais dolorosa possível. o que eu faço? deixo morrer? o que mais eu posso fazer? e quando eu grito, quem mais me ouve não me entende.




*
ames bros print

28.9.08

conversinha a toa...


A: Você se sente realizado de alguma forma?


J: Não...

A: Mesmo tendo rodado o mundo com seus melhores amigos, fazendo do que você mais ama e agora tendo lançado seu disco solo?

J: É...

A: E você teria como me responder qual é o porquê disso?

J: Não... Não sei Alicinha, mas acho que você saberia mais do que eu como responder essa pergunta.

A: Talvez.

J: Isso mesmo.



***

27.9.08

paul newman...


“You only grow when you are alone.”




26/1/1925 - 26/9/2008

Hail, Hail

"Get the words, and then I get to thinkin'
I don't wanna think, I wanna feel!"
E.V. - Hail Hail




ah a hipocrisia. tanto se fala em nome dela. quantos a usam para explicarem quanto são diferentes... pra que isso? quando o que se precisa mesmo
é ser genuíno, sincero com quem o ouve. eu clamo a hipocrisia de volta para aqueles que realmente possuem o direito por excelência ao uso dessa palavra. mas quem regula? precisarei inventar algum sistema que regule o uso da palavra assim como a regulo quando ouço um hipócrita nato usar a sua própria hipocrisia em nome da boa fé de quem o tem como querido e próximo - ou deveria dizer ma fé? - e talvez assim, me veja livre de... hipocrisia e a palavra em si poderá ser extinta. o meu medo é que na língua portuguesa, certas palavras foram inventadas pra explicar coisas que só NOS sentimos, nos que nascemos e vivemos e nos criamos com essa língua e com esses sentimentos. tenho pensado muito em nossa língua ultimamente e em outras. a questão é que se realmente existissem sentimentos universais a língua seria universal, e pensando nisso vejo um perigo gigante em querer regionalizar a língua, ao mesmo tempo que vejo outro mostro horroroso pairar sobre nossas cabecas que é a linguagem globalizada. que medo de se ter um sentimento único, de uma forma única globalizada. um mundo onde TODOS são, literalmente iguais, e isso parte sim da língua! viram só? ou melhor, leram só? essa invasão de sonhos, privacidade, poder e dinheiro, tudo isso e mais um pouco vem da língua, ela é o principio de tudo e sendo isso verdade, teria de ser esmagada? assassinada e algo novo recomeçaria, e novas sensações teriam de ser inventadas e sons que as transmitissem teriam de ser renovados. assim, voltaríamos a entender que o que falamos tem um peso tão enorme que nunca falaríamos algo que realmente não sentimos, e a perda do velho mundo seria só historia sem ser contada, pois as palavras se colocaram em chamas, se suicidaram por raiva de serem tão mal usadas e tão banalizadas, chegando a serem prisioneiras de suas crias.



***

26.9.08

"e a gente morre sem querer morrer"

se você ainda não ouviu "Acender as velas" na voz da Nara Leão você não sabe o que é dor aceita. te juro, eu que sei bem o que é isso, quando ouvi lasquei um "ah, entendi", e é uma daquelas coisas que só são encontradas se quem procura cavar no meio dessa brasilidade tão verde e tão amarela que cega de olhar! um dia desses, cave! cave sem fúria, sem medo, sem silencio, tem que cantar enquanto o faz e assim talvez você entenda como eu que o Brasil não é um pais, é uma forca maior que ele - ou provavelmente eu nem precisava falar tudo isso porque você já sabia isso antes de mim ate. a Elis que me perdoe, mas essa musica também merece um canto no meu coração que é do meu tamanho inteiro - olha que eu não sou pequena! - e junto de tantas outras, molda um ser um pouco amargo demais e esquisito demais e com auto-piedade demais pra se doar mesmo que seja de menos pra sua pátria. isso é pequeno sim, gostaria de poder fazer mais mas não quero. não agora.


bom dia, freguesia.


***

24.9.08

have they gone too far? II


pois eu nunca mostro as coisas que eu faço, não as realmente artísticas. hoje mostrarei. clique na imagem para ampliar, boa noite.


have they gone too far?


anotem. dia vinte e quatro de setembro de dois mil e oito, o sonho americano que vinha agonizando há tanto tempo - mais precisamente desde vinte de janeiro de mil novecentos e sessenta e nove, quando nixon tomou o poder - finalmente teve o seu último suspiro nessa noite de outono nessa terra tão estranha e bizarra, incrível e medonha que é os estados unidos da américa, que não é terra de ninguém. muito bem, nesse dia lembremos todos que sonhar não é mais permitido, não da forma que alguém vinha nos ensinando e que o mundo é sim, plano. pois agora, saiam por aí e dancem alegres e cheios de vida novamente, o mundo vai ter que aprender outro ritmo e vamos acreditando que dessa forma teremos que aprender também a sonhar em outro tom.

***

sobre qualquer coisa

"a minha casa" ela diz, "esta aberta para quem não sabe criticar". eu parei e pensei bem no que ela disse, como se tivesse demorado para o entendimento dar-se comigo eu perguntei quase monossilábica "que?", ela riu. como uma risada que me embriagava por existir, ela simplesmente riu. "em minha casa, eu disse, só deixo entrar quem não quer criticar", e eu calei. pensei "não posso criticar então", mas como assim? a resistência me impedia, a educação era maior do que eu e decidi me retirar. será que é possível ser compreensível sempre sem ser mal interpretado? afinal, nossa casa é o lugar onde nos não queremos mais ninguém nos impedindo de ser... certo? certo. e ela estava certa, sim. o dia começou estranho mas me aquietei logo porque, afinal eu a compreendia muito bem e percebi eu mesma sofrer desse mal que - em um mundo todo criado por homens que só querem viver conforme a cartilha de ganancia manda - se chama individualismo doente e exacerbado, e ele é quem mantém alguns de nos ainda sãos - infelizmente.


***

23.9.08

onde foi parar?


Acho que não há fim. O fim que mede desemedido fim é o começo, não suporto mais, não quero. Quem disse que haveria um ciclo que reacenderia minha vontade, é mentira! Isso aqui é um fim sem recomeço e tudo que acaba por assim dizer, acaba restaurando idéias mortas? Pesadelos em finos saltos de giz, retangulares cabeças cheias de um oco tremendo que só eu vejo? Acho que não há fim. Se decidirem que o fim chegou eu declaro guerra! São milhões de versos e figuras com capacidade nula de entendimento, eu quero mais! E não quero mais dessa desilusão, e porque eles vivem como vivem zumbis, sem razão! O mundo deveria arrumar algum motivo para acabar logo com isso, aceito a natureza como juri e como excelentíssimo réu, culpado! Quem disse que haveria fim, se enganou. Por tantas áreas esse fim visitou como se fosse esperança amiga, como se fosse alguma luz que viesse quieta por não querer se entregar aos holofotes, pois esse fim era inimigo, eram trevas disfarçado de coisa boa, coisa boa? De desejo, de amor, de... um novo tudo! Esse novo ENTULHO está agora lá, como eles todos estavam, ah... mas que satisfação não ter nada pra se comentar! É o fim... NÃO! Não é o fim. É o começo dele, porque o fim que esperava era falso e tão cúbico quando os outros.


***



22.9.08

Uma de minhas paixoes... *POST IN PROGRESS*


se eu posso dizer que é uma paixão apenas e nada mais, uma das coisas que me deixam completamente atonita e voltada as questões que pairam na minha cabeça, são as palavras. no fundo não gosto delas, não as quero, não as entendo e não creio que elas são auto explicativas, mas quando estou brincando com ela me atrevo a ser de uma maneira que não sei ser de outra forma, talvez também com a fotografia... não! não é a mesma coisa. a palavra morta, impressa numa folha de papel ou na tela do meu computador - ou de outrem - e algo impressionantemente mimado ao meu ver, quer a atenção toda voltada para ela e não me deixa ser... em paz.



Esta postagem faz parte da Coletiva do NOVO BLOG
POST IN PROGRESS, conheça e participe AQUI
não tem jeito...
o dia começa bem quando começa certeza.
e se a certeza não vem como poema, vem como canção, como se a canção fosse um dia bom.


***

20.9.08

coisas de amigos (nao sei se posso usar essa palavra) parte II

estava me lembrando do dia que passamos em Hubbel, minha camera envolta do meu pescoço, seu estojo e violão em suas costas, um gravador novo que você me ensinou a usar no meu bolso e um dia ensolarado em pleno outono. "parta", você disse depois de um certo silencio, "parta daqui, você não merece viver aqui"... e o que era pra ser a minha descoberta de qualquer coisa que você significava se transformou na busca insaciável pelo o que você queria descobrir em mim. "duas pessoas não brigam se uma não quer, certo? porque será que todos eles brigam, sem razão, nem objetivo? não quero mais participar disso", e todas as frases vinham depois de um longo silencio porque eu sim, deixava você falar. falar de qualquer jeito que quisesse, e pra mim sim, fazia sentido, e faria para sempre. não quero nada de você, você não quer nada de mim. dois querem e fazem o que for para serem se o querem, na hora que for, no dia e no clima que for. eu lembrei daquele dia e ouvi novamente a fita - não! não é fita mais, passou a época - você e um enigma que eu desvendei e parece-me que o mundo ainda não entendeu.

quase quando o sol estava prestes a se por, nos voltamos ao carro que, por algum acaso havia sido levado - você parou no lugar errado! - e eu disse "e eu que não sou daqui...".


***

coisas de amigos (nao sei se posso usar essa palavra)

o telefone tocava quase mudo porque de tão baixo, ouvia mais o vibrar dele sobre a mesa do que o som do toque. eu entendi que era quem era, porque quando me ligava o toque era diferente - não porque o queria que fosse, mas porque ele insistiu. fazer o que?

-diga!
-você sabia que era eu?
-ah mas você me fez trocar o toque pra quando você ligasse, lembra?
-nossa! é verdade, não me lembrava...
-novidade!
-tudo bem?
-indo. você?
-também.
-mulher, família?
-tudo muito indo. a filha ta linda.
-claro...
-óbvio...
-diga porque ligou, estou me preparando pra sair.
-você vem aqui no natal?
-que?
-no natal? você vem?
-pra onde?
-minha casa!
-não! você nunca me convidou.
-caramba, eu devo ter esquecido!
-você é uma comédia.
-tenho muita coisa na cabeça.
-ok. então agora me chame, de verdade.
-ok, você pode e, ou quer vir até minha casa no natal?
-não!
-ah p*ta que o pariu!
-não você errou, puta que A pariu.
-porque você não quer vir?
-porque eu tenho mais o que fazer!
-valeu hein!
-ha!
-onde vai passar?
-aqui em casa.
-ah.
-saco né?
-sim. odeio.
-odeia o que?
-natal.
-enfim, era isso que queria saber?
-era. bom, depois a gente se fala mais.
-ok, da um beijo na família...
-um beijo? que coisa estranha, vocês brasileiros.
-ta quer o que? da um tapa na careca?
-claro!
-ai, vai la.
-ok, vai também.
-beijos.
-abraço!


ele havia esquecido de perguntar quando que eu ia aparecer pra pegar o casaco que esqueci com ele, dentro do estojo de sua guitarra em um dia que era pra ser frio, mas que o clima decidiu ser amigável, so daquela vez.


***

de mãos limpas


"Talvez esse tenha sido o meu maior esforço de vida: para compreender minha não inteligência fui obrigada a tornar-me inteligente. (Usa-se a inteligência para entender a não inteligência. Só que depois o instrumento continua a ser usado - e não podemos colher as coisas de mãos limpas.)"

***

"and what's the truth?
it's on the inside and I can't get it off."

believe in lies

eu sentei aqui quieta.
fiz de tudo pra não fazer barulho e não acordar ninguém,
enterrei algumas palavras pra que no lugar de sons
elas fizessem ondas quaisquer que pelo menos expressassem
qualquer
que fosse
o que eu queria dizer - e não podia.
eu sei que mais fácil é fazer barulho mas
e se o barulho consumir o pensamento?
e resgatar qualquer coisa que me sustentava
tirando do monumento infalível, seu pino principal
restaurando uma dor aguda que não suportaria mais... dor...
e se?
a música não tocaria mais
e o pó
restaria cansado sobre tudo,
cansado por não ter com quem dividir tamanho espaço e calor.

***


18.9.08

life is what happens...

ele cantava quietinho ouvindo a respiração de seu filhinho.

filhinho, eu não canto quietinho
quero cantar para te cuidar em teu ninho
meu filhinho, filhinho
vou te embalar ate cair no soninho...

e o filhinho sorria enquanto babava feliz no colo do pai que cantava baixinho, ah seus olhos, ele pensava, seus olhos são como os meus e neles eu me refleti logo no inicio e logo de cara eu percebi você vivo em mim. ah filhinho, ele pensava, não cresça demais e ame mais do que amei...



no dia seguinte papai foi passear e um onibus sem sentido o atropelou.

paizinho paizinho, pensava o menino, eu achava que você estaria ao meu lado pra me ver crescer e limpar o sangue do corte no meu dedinho, e sua mamãe que de quietinha não tinha nada chorava alto na calcada desconsolada, inteiramente desconsolada.

paizinho paizinho
que foi que te levou?
foi um homem ou um bicho a quem tua alma te entregou
paizinho paizinho
onde foi que eu te perdi?
foi no meu colo, na rua
na casa ou na lua
foi você quem me esqueceu
ou eu que te esqueci?


***



to you when you're busy making other plans...(j.l.)

i told you about strawberry fields...(the place where nothing is real)

bom. e eu andava quieta esperando o tempo passar ouvindo qualquer coisa no meu aparelhinho de mp3. esperava a hora chegar e via qualquer coisa atravez dos meus olhos um pouco embacados, sempre - é o ar seco. e qualquer coisa que eu ouvia e via virava suspiro entre os passos, eu passo. qualquer angustia virava caderno, e do caderno passava para qualquer livro que fosse, que terminaria inacabado e preso entre os bancos do carro. não há poesia em viver por viver. alias, não há poesia ponto, enquanto eu cantava alto quando achava que ninguém percebia, no fundo eu pretendia ser ouvida e enquanto isso, nos estábulos os cavalos comiam capim enquanto eu corria.

quando será que o mar vai vingar?

17.9.08

again, sobre o if only...


so para constar pois eu já fiz algumas atualizacoes desde o meu ultimo post sobre o meu blog-livro ('if only'), mas agora o blog está atualizadissimo (alguns capítulos novos já estão postados)! então se você tem permissão para entrar, dê uma olhadinha, se não tem e quer ter me avise, e se não tem e não quer ter desconsidere! (para ir ao if only, clique na imagem!)

16.9.08

mademoiselle gabrielle


uma vez cortei meu cabelo "chanel", usei um "vestido preto básico" e coloquei meu "maiô" na bolsa e fui embora... sim, e descobri que devo isso a mademoiselle chanel(gabrielle 'coco' chanel). eu que odeio nomes da moda, tive que me derreter a história por trás do pretinho básico, por que já que é pra se entender a história do mundo, temos que nos preocupar também com quem a moldou.



diz a lenda que gabrielle chanel era uma moça cheia de vontades e excentrismos, além de sua verdadeira paixão por... chapéus! sim, ela começou fazendo chapéus. assim que, com a ajuda de seu eterno amor não finalizado - já volto nessa história - ela abriu sua butique na cidade da luz. durante guerra, confeccionou roupas para as enfermeiras e trabalhou com elas durante a noite, enquanto durante o dia tocava sua pequena loja. uma vez foi à praia e percebeu que os homens tinham traje de banho, mas as mulheres não! indignada voltou ao seu atelier e confeccionou o primeiro "maiô" visto até então, claro, era xingada na rua! suas roupas eram feitas de tecidos... confortáveis! imagine isso dentro da aristocracia e burguesia européia do começo do século vinte que dizia que mulher tinha que se vestir como se estivesse pronta pra não respirar! presa em roupas que nada mostravam de sua sensualidade e independência. mademoiselle chanel tinha um sonho! ver mulheres dependendo apenas delas mesmas até para escolher suas roupas... ela começou a fazer confecções de trajes assim como chapéus e foi ficando famosa com sua leve e feliz loucura até que um dia, o homem de sua vida, que não havia casado com ela porque ela pediu que esperasse, até que não dependesse dele para nada, foi a ver depois de muito tempo sem ter qualquer contato com gabrielle, mas antes de chegar a sua casa, o seu carro - que era coisa um pouco nova na época - foi de encontro com uma árvore e boyle - esse era o seu nome - morreu ali mesmo, com uma echarpe que ela havia feito para ele envolta de seu pescoço. foi então que, de luto, chanel confeccionou algo inédito até então, um vestido simples, reto, sem nada demais e preto, e a peça que ela não queria ter feito se tornou seu maior sucesso e sua maior tragédia...

não te tira o fôlego? tira o meu pelo menos e agora sou muito mais grata ao pretinho básico do que jamais fui.


***

15.9.08

voce quer?

eu repito para mim mesma como se fosse a única chance que tenho de aprender de uma vez por todas qualquer coisa que não aprendi ainda: é preciso deixar estar. e eu não digo isso com orgulho, é com dor que repito e que temo por mim mesma e pela minha sanidade, é preciso deixar estar e largar certas coisas a qualquer outra pessoa que não eu, porque? não tenho regras para poder discernir entre o que é culpa minha e o que não é, portanto baseio minha culpa no grau de importância que dou as coisas, as maiores depravacoes humanas, as que escalaram a um grau de desumanidade exacerbada me tem como culpada também, as menos importantes deixo aos ombros mais frágeis, aos que não suportam o peso qualquer que ele tenha, ate porque certas culpas pesam toneladas e outras tem o peso do mundo, seja ele qual for. penso que se aprendesse a contar rápido como aqueles matemáticos malucos teria ainda mais culpa em mim, por onde ando conto, conto qual é o valor dos números estampados naquela casa todos somados, conto quantas pessoas se sentavam no banco daquela praça, conto quantos corvos brigavam por aquele pedaço de pão. isso me da um ar um pouco autista, gosto muito porque tira a culpa de mim por alguns segundos, entrego-a para alguém que a queira, você a quer? deixo estar. mas esqueci porque comecei esse texto... acho que foi porque queria deixar alguém partir, alguém que me causa culpa, uma culpa que me enche porque diz que eu devo algo a essa pessoa quando ela que me deve demais - eu sempre sei da verdade, acho que é porque eu conto tudo - mas não aprende, e não me agradece, muito menos age como uma pessoa agradecida então queria deixa-la partir (a pessoa, não é necessariamente ela nem ele, pode ser ate um meio termo!) mas algo me prende, o que é? culpa? pode ser. enfim, é preciso aprender a deixar estar assim como nos não precisamos regar a árvore quando esta mais velha, ela se vira de algum jeito, mesmo as que são tenebrosas e assustadoras se viram - melhor do que as outras, tenho que dizer.

***

é outono. se não colocarem casacos, mesmo com o sol fraquinho vão sentir frio. óculos escuros, cachecóis e botas fazem parte do horizonte e eu fico feliz. ah, que maravilha poder ter vento frio no rosto, para mim sempre pareceu luxo mas não é, é só fato. e é só a luz amarelada que deixa os tons verdes menos verdes e os vermelhos mais vermelhos... é uma ciranda de cores diferentes, que eu nunca havia visto antes e que parece envolver a visão com cheiros, é mesmo, envolve a visão com cheiros! é outono e eu tenho pressa de o ver nascer.


14.9.08

Tertúuuuuulias virtuais... É HOJE!


TEMA: SOLIDARIEDADE


Enfim, acho que hoje é ainda o dia 14, mas já estou escrevendo para participar. O tema desse mês é Solidariedade. Muito bem, vamos falar sobre solidariedade. Me lembro muito bem que quando era criança, na escola, usar a palavra solidário e suas variantes causavam risadas em crianças que achavam que esse papo era ridículo, e dor em quem acreditava no que ela representava. Portanto penso que para uma geração de pessoas desprovidas do sentido que essa palavra tem, ela virou no final do túnel uma razão pra se fugir de sua única responsabilidade como ser humano: ajudar quem é do mesmo gênero animal que o seu e assim ser alguém... solidário. Ajudar não em um sentido vão ou só por ajudar, mas sim em se perceber a humanidade no outro e partindo daí, dividindo o mundo com o outro da mesma forma que você quer que o outro o divida com você. Ainda ouço as risadinhas sacanas ao fundo...


O dicionário diz:

solidariedade

s. f.,
qualidade do que é solidário;
responsabilidade mútua;
reciprocidade de interesses e obrigações;

Pois é... o dicionário já disse tudo, reciprocidade de interesses & obrigações. O que é que todo ser humano deseja de alguma forma? Viver feliz e com dignidade, como fazer isso? Isso depende da pessoa que você é e de quão solidário você é...

Da próxima vez se você acabar dando uma risadinha infame ao ouvir a palavra "solidariedade" é bom repensar se é melhor continuar essa vidinha fútil aqui na terra ou não, porque de gente sem a mínima noção de grupo o mundo está cheio e por isso que está do jeito que está!



Tenho dito!

coisas que me machucam além de palavras

  • todos os países da américa lat(r)ina perdendo a noção de mundo e de coletividade em nome de um falso nacionalismo que é mais cego do que cheio de luz;
  • sucídios de veteranos de guerra (le-se Iraque) aumentando em 500% nos últimos cinco anos;
  • mais de 50% da população (retardada) norte-americana realmente querendo que o (fdp - você sabe o que isso significa) McCain ganhe em novembro;
  • Soninha Francine tendo que lidar com ameaças de cassação aos direitos políticos dela, logo depois da eleição - pra dar tempo de se baixar a poeira;
  • três em cada seis mulheres militares sendo estupradas por seus superiores;
  • outra guerra entre Rússia e sua ex colônia, completamente baseada em... ganhos (monetários é claro)!;
  • milhares de pessoas ainda achando que homosexualidade é coisa "suja";
  • policiais deixando marcas terríveis na cabeça de criancinhas de dois e sete anos, apontando armas e berrando coisas absurdas pro pai delas que lutava pra falar "eu sou inocente, eu tenho provas" - eu VI isso acontecer;
  • etc (porque essa lista não tem fim!).

e alguém ainda me pergunta: "alice, porque você é tão revoltada?", não me faça rir...


***

12.9.08

é preciso ser prolíxo.

eu reli um texto que me lembrou que gostei muito dele logo de cara quando o li pela primeira vez. o nome do texto? não importa, o que importa é que simplesmente ele mexe de um jeito bem único como certas canções também mexem, como certas sensações não só me fazem sentir, mas me... fazem. aliás, sabe o que me chama atenção nesse texto? que ele me deixa nula. culpada por ser quem sou e ao mesmo tempo tira a minha culpa. faz com que a culpa em si vire o tema e desse tema saem milhares de idéias que podem ou não podem ser... uma mentira universal. uma verdadeira mentira que me tiraria o sono, se eu não fosse tão cruel quanto aquele texto. sei muito bem que a escritora o escreveu com um olhar maligno, mas com pena de si mesma por ser tão maldosa ao ponto de acabar com o que ela mesmo havia escrito antes. toda vez que me encontro o lendo, é sem querer. nunca o busco, ou quero encontra-lo, ou até lembro de sua existência. ele cai no meu colo sem querer em momentos únicos que no fim das contas fazem nenhum sentido.

selo...

o blog The Lunatic is in my head, me indicou a esse selo que voces podem ver aqui embaixo. o selo tem um ar quase heroico, vejam: "Com o Prêmio Dardos se reconhece os valores que cada blogueiro mostra cada dia em seu empenho por transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais etc., que, em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras." estou honrada em recebe-lo.


Este selo possui algumas regras:


1. Aceitar exibir a imagem do selo no seu blog e cumprir as regras.

2. “Linkar” o blog do qual recebeu o prêmio.

3. Escolher 15 blogs para entregar o prêmio.

Pois é, 15 blogs! Vamos lá, então, esses sao os blogs que eu indico:


Caixa Preta por Mercedes Gameiro

Varal de Idéias

Simone... Flor de Campos

Os cadernos esquecidos de Geri...

noVI ta

Flavia & Melissa

Kalikalache - Politica levada a serio

Humor a La Carte

Casa do Yôga BLOG

Ainda pensando...

Big Ben

Elaine Rodrigues

100 Cabeças

Andre Mafra

Escrevinhamentos



11.9.08

Sobre o If Only


sim, eu fechei o blog pra todo mundo... não sei porque fiz isso, mas fiz! se você quer ler, eu deixo! mas tem que me mandar por aqui (nos comentários, please) seu email para eu poder liberar sua entrada no blog...

grata!


10.9.08

ai, o meu (?) brasil...


(escrevo de um teclado sem acento) o que é o brasil? uma terra estranha. um cheiro forte no ar que mistura a pipoca doce com azeite de dende da sua baiana favorita. um calendoscópio de sorrisos, porque eles tem cor, e de tanta cor o brasil não possui nenhuma nuance de branco e nem do preto em suas feições, é tudo um grande leque de tons quase que... errados por excelência. o brasil não cai em categoria, porque categorias foram inventadas antes do brasil ser brasil. se existisse uma categoria para ele seria "estranha", sim... é isso que seria. o brasil nunca teve um governo justo - não me venha com ladainhas saudosistas, com todo o respeito - e nunca teve um governo do povo, ate porque brasileiro nasceu pra governar? não sei... nasceu pra trabalhar? talvez... quem sabe pra se divertir? nunca! brasileiro não sabe se divertir - vou ouvir muita gente me xingar - e convenhamos, nosso sangue, seja da origem que for, tem um gosto de dor tão marcado, tão pesado que é quase parecido com ferrugem, aquele gosto que você não sabe se é salgado, doce, amargo... só sabe que é terrível. nosso ser, como algo que temos em comum, nossa unidade comum é a tristeza, o choro entre sorrisos mostrando que viemos para algo, não sabemos porque, mas foi para algo e vamos continuar venha o que vier...


e alguém me sopra no ouvido que da identidade que algum dia já tivemos, não sobrou confete, e eu digo: mas sobrou pó de arroz...





***





foto daqui.
inspiracao daqui.

9.9.08

eu me confundi. me arrisquei ao aterrissar em qualquer coisa que fizesse barulho e fez. fui de vez tosca, pequena e de uma coragem retumbante, quase que... primeira. para que? pra recomeçar do zero? talvez. para reiniciar a partida? provável. para esquecer disso tudo. a gente reencontra fatores perdidos nos caminhos que voltamos a fazer e cabum! o mundo vira outro, como vira outra a cara que a gente conhecia de si mesmo... pra que? não tem pra que, nem como, nem onde. é tudo afável, como afável também é o tempo, parece que não, mas é. um dia, hei de ser um alguém que não pensa, só respira para que assim o que chamam de evolução se mostre verdadeiro, real e sim, único. as migalhas estão aumentando, juntando bichos esquisitos - muito esquisitos, eu devo reafirmar - e deixando a casa com cheiro de podridão.


{ e dessa podridão eu não quero participar }


8.9.08




eu costumava ser outra pessoa.




agora sou outro alguém.




so...i am... mine?

traa, ta ta, traa ta ta ta ta, tra, ta ta...

pois ela começa com um começo que dói e se transforma em chuva la fora que acende qualquer coisa que o sol esqueceu de acender. e é bom entender que o tempo que voa é o tempo que contorna a vida, que enriquece a alma, que envaidece a estrada que não vive nada a não ser o que ela precisa viver. eu teimo em ouvir essa canção novamente, tenho um certo medo de perder o ritmo, de perder o ritmo debaixo da chuva fina que eu tanto amo e que me questiona a cada bling, bleng, blong e a cada slap, slep, slup que passos tão absurdamente diferentes do meu assumem nessa chuva fina, nesse asfalto bruto...

e alguns dizem que sou estranha, bah.




***

5.9.08

(pecados II parte II)

e de noite a esfera branca e suja
que orbitava acima de nossas cabeças,
decidiu que o tempo seria ignóbil
e que o sabor do vento que anoitecia com sua realeza
seria de um tal veneno
que deixaria a todos
viciados em sua beleza.

(pecados II) a entrega...


ainda insinua.

4.9.08

(pecados I parte II)

e foi cedo que vi o amanhecer deixar de ser
uma obra composta para nossa mera observação.
virou um mar profundo de ódio
de uma raça que sem saber deixou de ser humana
e virou um algo que se alimenta de sobras
de restos realmente humanos
que assistiam a esse nascer do sol
ao meu lado
com o mesmo olhar salgado
que o meu.

3.9.08

(pecados I) a raiva...


ainda inflama.

2.9.08

gánii


ela tinha uns olhos amendoados e apesar de serem levemente traçados para observar com rapidez e atenção, denotando um ar de realeza e incrível contentamento com a vida, seu olhar era de uma tristeza que cortava. ameaçava quem a olhava e quem a queria. seus passos eram curtos, como quem teme pisar muito longe de seu ponto de partida, e a partida, como tudo em sua vida, foi uma repetição de tragédias, como as de todos os membros de sua tribo que algum dia viveram livres e sem amarras nos pés, sem números que os reconhecessem, sem leis escritas na areia mas no peito. na cor forte de suas tintas, de suas peles e seus lábios. ela ficava imóvel e observava, não tinha tanta força mais, era uma e desde sempre aprendeu que ser apenas uma era ser fraca. se arrumava com ornamentos preparados por suas próprias mãos, que aprenderam a criar cedo e que criavam para si e para quem amava mesmo sem nenhum branco ter a ensinado a amar. amava, como amava e queria tudo de volta, quando seu olhar não era tão assustado, tão retido em pequenas gotas que não sabia que existiam antes de entrar naquela sala, mas sem voltar atrás entrou, com medo e sem volta, com olhares ferozes prontos para a agarrar caso não o fizesse e talvez sem nenhuma outra escolha, entrou. no centro algo negro, estranho e como haviam avisado, algo que levaria todos seus sonhos e o que existia de mais puro seu para longe dali. aquele, que usasse aquele tal objeto estrondoso e de uma certa forma magnânimo teria sua vida em suas mãos, e sem mais nenhuma fé ou até dor ela o encarou. como quem encara a morte iminente e assistida diante uma cadeira elétrica. ela deixou que roubassem sua alma e se aquietou para viver o que a carcaça ainda tinha para viver, longe dali.



*hattie tom era seu nome e sua história é uma incógnita, essa foi a minha forma de a entender melhor, imaginando-a encarando a máquina fotográfica usada para que sua imagem fosse capturada. gánii significa "você já sabia" em apache que era a tribo de Hattie.

1.9.08

tem capitulo....


novo aqui!

***
se eu fosse eu
e o mundo fosse quadradinho
eu seria inteira da terra
e à terra voltaria,
mas como eu não sou eu
e o mundo é todo corridinho
sou inteira de um tal vento
e de tão forte que é, desse vento eu correria...