29.8.09

meu pai é o ben affleck!





Postei há alguns dias atrás algumas fotos do meu pai aqui no blog e ao observar as imagens por algum tempo notei algo estranho que não havia notado antes... fiquei pensando o que era. Pensei, pensei, pensei... Até que descobri! MEU PAI E O BEN AFFLECK SÃO PARECIDOS! HAHAHAHA! Desculpem, mas achei muito engraçado que uma foto do meu pai da década de 30 mostrando o então estudante Plácido Affonso jovenzinho, parece que saiu de um filme B hollywoodiano com quem? com quem? hein? hein? BEN AFFLECK!


Foi quando assisti a porcaria do Pearl Harbor que notei a semelhança e fiquei de cara. Perguntei para algumas pessoas e todas falaram que os dois realmente tem muito em comum e olhando o meu irmão hoje em dia - que medo! - também penso que ele tem uns traços Ben Affleckianos... ai! onde o mundo vai parar?



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25.8.09

direto da história, um pouco da história de quem vive

Pois, ela e eu criamos mundos imaginários extraordinários - muito mais enraizados e eternamente cheios de sangue do que o mundo em que atualmente vivemos. Mundos onde personagens não só respiravam como nós mesmas mas aprendiam a arrancar da vida a pouca voz que ainda a restava. Ela e eu gostávamos do Jim Morrison e de Rimbaud. Beijávamos suas bocas num ar quase irrespirável. Aprendíamos a cantar as mesmas músicas apesar de tão diferentes em tudo, éramos duas a procura de algo. O que exatamente? Não sei - ainda. Não sei se ela também não sabe. Nós duas, ela e eu gostávamos de comer cinema como se devora sorvete num dia de verão tremendo enquanto o sol lá fora grita cômico - como se gostasse de derreter sonhos em molduras feitas para os mais diversos gostos, mas todas com a mesma finalidade. Ela e eu não éramos - e não somos - moldes nem criaturas. Criadores nem viúvas. Sei lá como caímos aqui. Filhas de uma teia de sonhos estranhos que não nos pertence. Ela lá, eu aqui. Nós duas buscávamos algo que ainda não conseguimos admitir em voz alta... o nome daquilo, o tão pavoroso nome daquilo que queremos.

E quando conseguirmos gritar aos quatro cantos aquilo, aí sim... o nome e a glória de sermos o que de fato fomos algum dia retornará como chuva que vem pra tapar a boca do sol.

“Eu te disse, nada mais do que um sonho ruim...”

Tudo isso enquanto Jim Morrison canta "this is the end, beautiful friend, the end. It hurts to set you free..."

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*foto de não sei quem, Livia - minha amiga que viveu os piores anos da MINHA vida ao meu lado, grávida e atuando no filme "The Dress". Ela mora em San Francisco e é linda demais.


21.8.09

so this is it...


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Photobucket

Andei trabalhando feito uma condenada e com algo que nunca imaginei que conseguisse... é, estão me pagando pra por palavras em quadrados por aí! E se isso não é o suficiente, tenho toda a liberdade de poder realizar as pequenas obras dentro de (pseudo, transitória) casa, diante o meu computadorzinho querido. Parece um sonho esquisito que - sei lá como - chegou. E por muitas razões além dessa, fico com pouca ou nenhuma vontade de atualizar meu blog... não sei porque exatamente. É uma daquelas coisas que vêm e vão sem explicação. Enfim. Além da pouca vontade de passar por aqui, andei mudando o meu site pessoal e enfiando umas idéias por lá que já pareciam implorar para aparecer... Até agora está tudo em inglês, mas logo quero fazer as duas versões, em português e inglês... well... acho que é isso.

Para dar um pulinho no meu site clique aqui.

Espero que a vontade de escrever as baboseiras que sempre escrevi volte logo, porque enquanto não volta parece que estou morta e enterrada!

Passar bem.


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14.8.09

o gênio e a deusa






"Wallowing in the past may be good literature. As wisdom it is hopeless."
- Aldous Huxley

Logo após a morte do meu pai, encontrei um livro velhinho e gasto, amarelado e cheio de anotações em uma de suas estantes. Um entre tantos com as mesmas características, com as mesmas formas e cheiro de biblioteca do papai. Mas esse livro que peguei com gosto e curiosidade me marcou por ser talvez o único livro de toda a sua extensiva coleção totalmente em sua língua original: o inglês. Papai não sabia inglês, ou melhor, não queria aprender o inglês. Viveu uma boa parte da sua vida na França, Portugal e Itália, viajou por toda a América Latina dando palestras mas nunca se atreveu a tocar um pé nos Estados Unidos, e por muito tempo sofreu pelo meu sonho de acabar exatamente onde estou... Enfim. Esse livro me chamou a atenção por ser contra absolutamente tudo que meu pai parecia ser... até aquele momento. O livro antigo e cheio de história agora acabava em minhas mãos, essa menina de catorze anos que já falava inglês e devorava essa língua como também bebia café com leite com pressa pelas manhãs, assistia filmes de hollywood como se fossem histórias escritas por ela mesma e adorava a música como se adora a algum deus distante porém eternamente presente. E agora esse livro ali, quieto e absolutamente barulhento, não parava um segundo diante de mim sem me implorar por sua leitura, por seu entendimento e lá fui eu...

The Genius and The Goddess de Aldous Huxley se transformou ali em minha obra favorita desse autor, mesmo depois de tanto trabalho sobre Brave New World.

Não é a toa que amo tanto essa história...

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*foto: papai e irmão.

12.8.09

blue it is, never blue


nessas paredes que pensamentos foram fincados e redescobertos por escavadores mal treinados, foi deixado esse pó qualquer retomado pelas escavações perdido, cheio de orações fecundas e prontas... tamanhas orações caíram nesse solo fértil sob um céu de muita luz e água que, constantemente ressurge embevecida, banhando as poucas sementes que sobraram e transformando serpentes transitórias e ardentes por reles presas em dóceis e fiéis soldados, donos de cargos irrevogáveis, sina distinta. nessas paredes que, respirando um ar pouco provável, reassumi minha forma inicial: desejo que num toque ainda menor do que aquele de um segundo, explodiu em sensações intensas e que formaram por algum erro de cálculo e circunstância, a minha agente impermeável, insensata condição de ser, vagabunda e barata desculpa para um filme de quinta. o céu explode em novelos, os olhos todos se voltam ao lugar errado, mas os meus sabem onde procurar - pelo menos por enquanto. e que enquanto esse agente certo souber onde procurar, irei atrás. seguindo aquele que ao canto mais remoto do mundo trilha e vou assim, acabar olhando exatamente para o lado pouco visto e iluminado do que há de mais tangível e que ninguém... sente.

nessas paredes onde respirei/respiro/respirarei, morre-se pouco, nasce-se muito e vive-se eternamente em histórias pouco compreendidas mas em pleno prazer, em um inferno deliciosamente particular.


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7.8.09

Tetro


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"As luzes, não olhe para as luzes..."





O que falar de Tetro, novo filme de Francis Ford Coppola? Que é em preto e branco? Sim. Que é uma história completamente íntima e delicada, recheada de conflitos e relacionamentos tempestuosos tudo do jeito que um bom filme deve ser? Também. Mas mais do que isso, devo dizer que Tetro é um dos filmes mais impecáveis que jamais vi. Não só por conta da produção e direção que ficaram por conta de Coppola himself, mas também pelos atores.











Desde o ator principal Vincent Gallo - que eu sempre achei formidável - até o menor dos papéis, os participantes realmente dão o seu máximo, talvez por se tratar sim, de um filme dirigido por um dos grandes da história do Cinema e talvez esse filme mesmo sendo um daqueles que deslizam para o DVD rapidamente por falta de popularidade nas salas de cinema, será sem dúvida uma das obras primas de Coppola, justamente por se tratar de uma história muito bem montada e vivida em uma tela que foi especialmente criada para o filme, num ar que mistura uma pitada de "Waterfront" com Marlon Brando e um tanto dos filmes de Akira Kurosawa, quem o Coppola admira muitíssimo.







O filme conta a história de um jovem que viaja até a Argentina em busca do seu irmão mais velho que desapareceu de casa quando o caçula era uma criança, sem dar qualquer satisfação. Ao encontrar Angelo, que na Argentina é conhecido por Tetro - irmão mais velho - as histórias de rivalidade e tensão familiar voltam à tona e o filme começa a se desenrolar de uma forma deliciosa, mesmo contando uma história tão densa e intrincada. Enfim, esse filme é uma escola de como se contar uma história sem deixar ninguém cansado, muito menos fora de si.

Sentei na poltrona sem saber o que esperar, saí maravilhada e com uma sensação quase de euforia.

"As luzes. Não olhe para as luzes."

Talvez tenha sido esse conselho de Tetro ao personagem Benny que me deixou assim...


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