30.7.08

os livros na minha estante


tem nomes de grandes e pequenos homens, mulheres inteiras ou pela metade, cores distintas e formas sempre parecidas, mas com conteúdos diferentes. existem dos mais conhecidos aos mais desconhecidos, das palavras mais infames até as que de tão doces fazem o céu da sua boca derreter. em cada lombada existe um terço, rezado ou não que suplica para que alguém lhe pegue com força ou com vontade, com dor ou com maldade, para que seja eterno enquanto lido. eles são perfeitos, apresentando apenas meia-palavras coerente e me fazem crer que a verdade é sim invenção quem quer crer. verdade suplica por meia verdade escondida e esses livros em minha estante não crescem nem diminuem de tamanho, são óperas, sonetos, novelas e romances. são fatos, inventados por humanos que de tão humanos chegam a ser hermanos. esses livros na minha estante dilatam pensamento infante, regressam ao conteúdo do montante de gentes que se perdem ao se encontrarem neles... sou tão deles que me entrego sem pensar, e não me repito ao me perguntar: quem são e o que são esses personagens dessa ilha incrível que é minha e quase que não é mais de ninguém?