19.10.06

not based on ownership...

faz tempo que começo tudo com o "ah"... e no ah tem o suspiro de tudo que dá pra se perder, e eu não falo de tempo não. falo das batalhas perdidas. tinha uma mulher com uma violinha hoje gritando baixinho... gritava porque o que ela falava queimou minha alma, como um som agudo, um apito de cachorro, um choro de vontade tão intenso que me deixou perdida no meu mundo. como o mundo dela... eu sabia que ela queria isso. queria me deixar perdida pra eu sentir a dor dela e a dor dela é linda porque é a dor de todos que sentem. a dor da nação dos rebeldes, aquela nação que queima navios porque acredita em pé na areia... a espuma que refresca o pé cansado que inspira e que faz a gente dançar e saber que o homem foi feito pra isso, dançar em paz, na sua casinha ou no seu barquinho... o homem precisa de liberdade. o mundo cinza é lindo também, mas ele precisa dar chance. o homem tem que voltar a ser mais homem e regar a plantinha no jardim, criar amor em casa e amor no peito. e quando eu digo amor, eu falo do amor que aquela mulher linda plantou no meu jardim que já tava cheio de mudinhas. o amor pela vida, que é preciosa e que se foi um dom, tem que ser manejado com respeito, por todos... por todos, meu deus! aquela mulher sabe das coisas com o ventre, com o estômago ácido dela, com a boca vermelha que ela tem, com o olhinho preto e cheio d'água... ela é linda demais, é linda como estadunidense diria "very pretty, indeed"... ela é hill...ela é feel... ela é everything you say you will...