30.1.09

when the squirrel meets the moose

há um ano o sol reluzia num tom muito mais alaranjado do que o de hoje -- que quase brilha na mesma intensidade, mas não da mesma forma -- e a pouca brisa me forçava a não querer carregar casaco nenhum. meu vestido comprado por quinze dólares numa loja qualquer repleta de crianças mexicanas correndo pelas araras e corredores, me forçava a usar algum sapato bom, que eu realmente não tinha, coloquei meus tênis mesmo. ele, ah ele que não é nada convencional colocou gravata, perguntei porque, respondeu quase sem pudor: "porque esse não é um dia como os outros". ah não e não foi não, como seus olhos não são como os de outros, como sua simplicidade beira a inocência perdida pelo mundo que poucos outros tem... nos perdemos no caminho. sem carro, pegamos um ônibus, ele passou do ponto, no outro perdemos o próximo e assim eu óbvimante me desesperei, é hora de pegar um táxi. chegamos e entramos, uma salinha simpática, os corações nas bocas, os olhos -- de ambos -- cheios d'água, a certeza. o sol lá fora já não era tão forte, o vento soprava intenso enquanto caminhávamos por Beverly Hills, um lugar que por muitas razões não nos fazia sentir que tudo estava tão longe, e a noite chegava cheia de vida. os anéis -- dez dólares por cada um numa barraquinha na frente do teatro chinês -- nos dedos e a pintura envolta dos olhos borrada.


mais hollywoodiano, impossível
.



***