15.1.09

tertulia de janeiro!


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eu tenho que admitir que odiar é comigo mesma! se existe algo que sempre me deixou medrosa como um bicho estranho foi esse tal elemento, o fogo. desde quando meu quarto se incendiou inteiro e por um triz não me deixou desfigurada, algo deu um clique aqui dentro: como um peso que cai no lugar errado e por preguiça ou medo de se deparar com um monstro por debaixo dele, nunca o tirei do lugar. tenho certeza que muitos irão dizer que sim, o fogo como elemento é importantíssimo para se dar liga à vida, concordo. mas algo de primitivo me toma quando vejo uma labareda se agitar. enquanto tirito de frio num canto prefiro observar o fogo sem pestanejar, tomando conta do espaço que a sua volta cintila de encanto e se projeta de espanto. as poucas vezes que vi uma lareira acesa, todos os poros do meu corpo gritaram sem chegar a me deixar em estado de pânico algum - não tenho dessas - mas apenas me alertando, é como se o ardor me falasse entre suas cuspidas ocasionais: olhe, veja, esta me percebendo? me consumindo? me internando? esta? esta viva? o fogo me obedece enquanto o temo. eu o entrego tudo que tenho enquanto entendo. o fogo é maior do que eu, como o oceano que cobre essa terra e eu aceito. mas não necessariamente deixo ser.


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