11.12.08

permanente

a casa tem um corredor, parece interminável, sem razão para ser.

existe um cheiro eterno de café absorvido pelas paredes que parecem serem tão eternas quanto a sua memória. grossas, feitas por verdadeiros artesões, como se colocassem, em cada tijolo, um amor infindável.

se você subir pela escada, vagarosamente, perceberá um leve ruído na madeira antiga que por mais que tenha sido desfeita de sua natureza suprema se entregou a vida de outro alguém dentro daquele pequeno mundo que na verdade era imenso e cheio de nós.
no segundo andar, o tempo parava.

era um imenso quarto de fadas, histórias e personagens sem fim como num filme que não termina - caso algo assim exista! - e se você se aventurar, algo irá acontecer, algo extraordinário e com brilho próprio, como jamais você verá igual na sua vida...

se o seu desejo é passar algum tempo lá fora, aproveite o eterno tempo meio frio, meio morno que te estoura de felicidade a cada passo na neve que não congela, a cada sopro de uma brisa de verão delicada que só acontece quando você precisa dela...

enquanto num riacho que corre perto, as crianças correm e pulam na água, na rua logo a frente uma outra casa cheia de gente que você ama e que estão constantemente ate encantar com novas histórias, livros achados em longos e perfeitos passeios por livrarias escondidas e palavras compreensivas... essas pessoas vem até você.


mas você não pode ir até elas.


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