1.12.08

então ela prestou atenção de um jeito que me fez tremer a espinha.
cada centímetro de pele se esticou pronto pra rasgar, transpor, pronta para largar partida. a pele estica.
cada passo se transformou em um agora sem amanhã, um seco sem razão, um fundo sem começo, eu que presto? renego tal ventania que se esbanja gritando como quem tem o poder e o domínio total sobre mim.
não perde quem acha, que ele tem.
não percebe quem friamente calcula quem se espera esfriar.
o tempo é um qualquer que não existe. o tempo reanima.
o tempo?
parou no tempo, rendido. eu me rendi mas não a ninguém.
foi a um por do sol qualquer que também não sei quando ou onde, foi.
e nessa partida foi com gosto
como gosto de batatas ao curry
como o gosto de qualquer que seja o gosto do café quase - e eu disse quase - amargo que pretendi por na boca.
a boca.
a fina pele dos lábios que
dá a razão
à boca.
o fim bateu e eu muda me redimi abrindo a porta sem alardes.
era meu o fim
e era bom.