27.9.08

Hail, Hail

"Get the words, and then I get to thinkin'
I don't wanna think, I wanna feel!"
E.V. - Hail Hail




ah a hipocrisia. tanto se fala em nome dela. quantos a usam para explicarem quanto são diferentes... pra que isso? quando o que se precisa mesmo
é ser genuíno, sincero com quem o ouve. eu clamo a hipocrisia de volta para aqueles que realmente possuem o direito por excelência ao uso dessa palavra. mas quem regula? precisarei inventar algum sistema que regule o uso da palavra assim como a regulo quando ouço um hipócrita nato usar a sua própria hipocrisia em nome da boa fé de quem o tem como querido e próximo - ou deveria dizer ma fé? - e talvez assim, me veja livre de... hipocrisia e a palavra em si poderá ser extinta. o meu medo é que na língua portuguesa, certas palavras foram inventadas pra explicar coisas que só NOS sentimos, nos que nascemos e vivemos e nos criamos com essa língua e com esses sentimentos. tenho pensado muito em nossa língua ultimamente e em outras. a questão é que se realmente existissem sentimentos universais a língua seria universal, e pensando nisso vejo um perigo gigante em querer regionalizar a língua, ao mesmo tempo que vejo outro mostro horroroso pairar sobre nossas cabecas que é a linguagem globalizada. que medo de se ter um sentimento único, de uma forma única globalizada. um mundo onde TODOS são, literalmente iguais, e isso parte sim da língua! viram só? ou melhor, leram só? essa invasão de sonhos, privacidade, poder e dinheiro, tudo isso e mais um pouco vem da língua, ela é o principio de tudo e sendo isso verdade, teria de ser esmagada? assassinada e algo novo recomeçaria, e novas sensações teriam de ser inventadas e sons que as transmitissem teriam de ser renovados. assim, voltaríamos a entender que o que falamos tem um peso tão enorme que nunca falaríamos algo que realmente não sentimos, e a perda do velho mundo seria só historia sem ser contada, pois as palavras se colocaram em chamas, se suicidaram por raiva de serem tão mal usadas e tão banalizadas, chegando a serem prisioneiras de suas crias.



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