28.6.08

we're young


"Young lover I stand, it was
their idea,
I proved to be a man --
Take my fucking hand-- it was their idea,
I proved to be a man...
Will myself to
find a home, a home within myself
We will find a way, we will find our place"

Pearl Jam - Leash



-porque?
-não sei.
-nem um palpite?

-não!
-nem umzinho se quer?
-não.

-experimenta responder diferente agora...

-ok.

-porque?

-porque sim.

-acredito agora, e algum palpite porque sim?

-sim.

-qual?

-é o peso.
-umm, o peso. acredito ainda mais.

-sim...


toda vez que ouço a mesma voz que fez uma geração inteira ser chamada de grunge - e não me venham com a baboseira de que o kurt foi o 'pai' do grunge, porque sinceramente nada precisou de um pai pra dar luz a nada, e se alguém foi pai de alguma coisa, esse 'alguém' foi o berço e a mãe de tudo: seattle - sinto a mesma impotência que toda aquela geração sentiu ao perceber que no final das contas, foi tudo inútil. a gente canta essa canção e no fim tudo é insignificante. arrumamos mais espaço pra falarmos sobre guerras, direitos humanos, machismo e feminismo, opiniões, dinheiro, governos, políticos, exércitos, plenários, enredos, humanistas, fascistas, historia, geografia, entrevistas, filmes, musicas, religião, mortes, nascimento etc e não encontramos um fim pra discussão... por esse ciclo eu me sinto perdida. por causa dessa bola de neve, nos sentimos presos, por causa desse grande inverno não se nasceu verão...



e
é assim que me sinto quando me encontro no grito rouco de quem teve sua chance de gritar.




26.6.08

nunca fui de rimar




a vela chama os segundos, os minutos que chegam pra se entoar a canção -

a chama da vela reflete na caneca, o café, a mesa e o pão --
e
se em cada canto, em cada manto existisse um olhar que disesse não
seria o fim, não só o estopim que partilharia essa dor, essa mágua, a falta de...


reação.


se o dia estivesse e se fizesse rápido como águia, feroz como um leão
os prédios engoliriam fogo, armas e armas, fatigas de se tanto esperar por qualquer algo
qualquer algo!
então --
estaríamos quietos, a sombra em um deserto, acalmando os incertos
semeando chuva nesse verão.

catando no campo de ouro, com os olhos de alegria, esse brilhante algodão
-
e o usaríamos como moeda, num caminho que não conheceria perda nem batalhas internas,

que não prestasse contas nem precisasse de perdão...


***

25.6.08

só pra constar que tudo é injusto


"what would you think if I sang out of tune,
would you stand up and walk out on me?"


-acho que ele percebeu que sim...


*

o fim

e por mais que eles quisessem voltar no tempo, não daria pra apagar o que já era certo e fato: o mundo é cruel com quem sabe...

eles recolheram suas coisas, arrumaram a sala quietamente, ela chorava, ele a acalmava sussurrando que a amava enquanto a cadela esperava por eles na porta da casa.

-pronto.
-pegou suas roupas?
-sim. e você?
-estão no carro.
-ok. vou só pegar a comida da leela.
-vai lá, te espero lá fora.

ela foi até a dispensa, pegou o pacote que estava cheio até a metade, apagou as luzes e saiu da casa. ao bater a porta largou a chave caída no jardim da frente e andou em direção ao carro sem piscar. ele estava encostado na porta, fumando e observando cada canto da rua, suas casas e esquinas. quando a viu chegar, abriu a porta pra ela e guardou a ração no porta-malas. ao entrarem no carro o pêndulo que estava preso no retrovisor girava constatemente, irritado ele arrancou o cristal e as penas e os jogou pela janela.

-você nunca gostou dele não é?
-nunca! é presente de grego...

cruzaram os olhares e sorriram um para o outro, mas a explosão tirou a concentração de suas fisionomias. ao olharem para trás viram a sua casa, em chamas. ele ligou o carro e pisou no acelerador sumindo ao dobrar a esquina.

outras casas também iam explodindo e a gritaria começava a tomar conta do bairro...



***

24.6.08

o começo

sabe aquela sensação de que aquilo e só um filme e ao ver a tela voltar a ser só tela, tudo vai ficar bem? dessa vez isso não aconteceria...


eles assistiram a tudo sem desgrudar os olhos da tela.

"em 1913..."

o filme ia longe, quase longe demais. afundo de fatos que, infelizmente, nunca foram historia pra ninguém alem de um punhado de homens - que usaram de um mito pra se protegerem de suas próprias consciências.

"...selado com o único propósito de..."

eles as vezes respiravam fundo. ela, em vários momentos, tinha os olhos cheios d'agua, ele de vez em quando balançava a cabeça, ate o cachorro ficou quieto e imóvel durante as duas horas.

"...você vai começar a perceber mentiras em todos os lugares, vindo te todas as pessoas..."

enquanto o filme passava seus cora coes batiam cada vez mais rápido e o ódio deu lugar ao medo. ao fim das duas horas, eles já não sabiam em que acreditar e achavam medíocre qualquer motivo pra SE acreditar em qualquer coisa.

-não sei o que fazer...
-talvez essa seja a questão.




e o dia acabou num sonho que nunca durou mais do que deveria...





(esse post tem final e ele vem!) ...



22.6.08

ela disse!




“A war is going to destroy our economy even further.
It's going to be a threefold humanitarian disaster.”


***

21.6.08

o gasto que consome o MUNDO


tem gente rindo fácil após esse período em que Bush foi reeleito e que o Iraque esteve (e está) sobre ataque de forças norte-americas e afins.

foram contratadas mais de cem mil empresas PRIVADAS para dar corda e tomar conta da guerra e cada
cinco centavos de cada dólar que o governo controla, vai direto para as mãos dessas empresas. dinheiro que vem, é claro do bolso de quem acorda cedo pela manhã todos os dias e vai para o trabalho miserável que tem e que não pode largar pra sobreviver (alguma semelhança com a forma que nosso governo gosta de tirar dinheiro de nós não é mera coinscidência)... detalhe: essa foi a guerra mais lucrativa de TODAS da história.


aqui estão algumas dessas grandes multinacionais* fazendo grana pesada com a guerra e o quanto já está em seus bolsos gordos:



reconstruções no Iraque e apoio às tropas
D$18.5 bilhões
nome da empresa: HALLIBURTON


engenharia e construção
D$5.3 bilhões
nome da empresa: PARSONS

treinamento de oficiais
D$1.9 bilhões
nome da empresa: DynCorp International


aeronaves de vigilância
D$5 milhões
nome da empresa: TRANSATLANTIC TRADERS


segurança privada de Paul Bremer
D$21 milhões
nome da empresa: BLACK WATER


serviços de interrogatório
D$22 milhões
nome da empresa: C.A.C.I




*dados retirados do documentário Iraq for Sale



tenha um ótimo fim de semana.

***

19.6.08

as cartas que não foram

querido John,


eu já te disse que não vou começar as frases com maiúscula, já mencionei na outra carta que isso está fora de mim! apreciei muito sua visita o outro dia e é incrível como seus olhos não mudaram nada e como na verdade você não envelheceu, da maneira que pressupus e que imaginei quando assisti aquele filme, os filhos da esperança, sabe? aquele que eu ainda acho que você deveria ver!

ha! já ouço sua voz lendo esta e respondendo bem alto entre um trago do cigarro e outro:

-tenho coisas mais importantes pra fazer!

também quero dizer que não concordo com metade do que você falou pra mim. acho com certeza que isso também é maravilhoso, eu poder ouvir, de um jeito ou de outro, você me dando esses conselhos todos quando nunca os seguiu! não quero conselhos, john. quero você sendo, sabe como é? só estar já está bom e eu não estou preocupada com o futuro agora, quero ser. e assim, ouvindo de você tantas coisas que me deixaram chocada, fico me perguntando se ficarei da mesma forma, dura e com os braços pesados, completamente sem reação e cansada como você. acredito que sei que você cansou e sei que depois de um certo tempo a gente cansa mesmo... mas, porque?

isso me enerva john, e me enerva sabe o que? ter que chorar dessa dor! porque não posso chorar da dor do mundo? sim, sim, já ouvi você aí do outro lado lendo e falando alto esfumaçando esse cigarro:

-mas você já chora demais! tem que parar!

e eu no entanto continuo querendo mais! como se fosse eu a sarda do mundo! serei eu, a sarda do mundo?

-ha!

você dá risada com essas coisas né? e de uma certa forma amo teu cinismo porque não é forçado e é infeliz. se é que existe isso. um dia nos entenderemos melhor...


até lá, meu amigo morto, invejado e destruído, temos muito o que pensar!


sua, eternamente,


Johanne

água de beber

eu não tenho idéia do porque que os passáros voam, peixes nadam, humanos inventam.

eu não tenho idéia porque idéia não se tem, se permite, e permitir idéia é quase assim, quase um julgar, por um segundo ou talvez dois ou talvez uma eternindade, é um julgar. se deus é um conceito, os céus são uma metáfora e o amor é um verbo, genialidade é o que? ponto e vírgula, é o que? se a beleza está nos olhos de quem vê, quem não vê não se permite estar em contato da beleza? quem não resta, não empresta? quem não está já se foi? quem passou no teste ficou de ressaca porque perdeu a prova, quem venceu na corrida ficou na guarda porque desligou o motor... john era walrus, mas se foi sendo john, bossa nova virou fossa e ficou triste por intento... eu não sei se sou de ouros ou de paus, mas a cuca já se fundou de tanto resposta esperar.

as portas vivem abertas, o samba vive saindo por elas...

e lá fora os olhos todos buscam por algum furacão.

18.6.08

fotobiografia de Clarice Lispector


que coisa mais louca! parece que depois que eu comecei a devorar Clarice Lispector, todo o mundo fala sobre ela também! até aqui já ouvi gente falando sobre ela e sua obra, e qualquer site de notícia ou blog que encontro me mostra algo relacionado à bela... enfim, quem vive no Rio tem que ir ao lançamento da fotobiografia de Miss Lispector. acontecerá nos salões do edifício Petit Trianon, sede da Academia Brasileira de Letras, no Rio (av. Presidente Wilson, 203, Castelo; tel. 0/xx/21/3974-2500), na quinta-feira dia 19, amanhã!

mais detalhes
aqui.

e pra quem ainda não leu Aprendendo a viver, é bom que vá já até a livraria mais próxima e compre o livro! ou vá a biblioteca! ou procure partes dos textos online, qualquer coisa!


tenha uma boa tarde, hoje mais positiva...


***



17.6.08

muita indecência


o IMBECIL do McCain (se você não sabe quem é, bom pra você, porque não faz diferença nenhuma agora) declarou que vai devotar parte da grana do governo e seus trabalhadores (ou melhor: as VIDAS deles) pra procurar petróleo na COSTA norte-americana! daí, um bando de velhinhas de bengalas senis gritam "yeahhhhh!" e votam pro maldito. AGORA é a hora de NÃO se depender de petróleo, de buscar algo novo, diferente, correto - pra variar um pouco - e não continuar com o mesmo vício e ganância que fez desse país um dos mais mal vistos no mundo! sabe o que eu vou fazer se esse imbecil ganhar?

CAIR FORA!


tenham todos uma linda noite.


16.6.08

desprevenida




me sentei desconfortavelmente confortável diante dos dois rapazes que desapercebidos tocavam suas primeiras notas. digo desconfortavelmente confortável pois sentei-me da maneira que pra mim e a mais confortável de todas, costas eretas, pernas cruzadas e mãos postas uma sobre a outra, ambas sobre a coxa, mas fiquei desconfortável pois a minha volta todos me olhavam e seus olhares diziam "porque ela e tão esnobe a ponto de se sentar assim?". digo rapazes desapercebidos pois percebi logo de cara, delicadas frustra
çoes a caminho, especialmente sobre o menino do canto esquerdo, que tocava cabisbaixo, mas com um amor tão forte por aquilo que fazia que me trazia lágrimas aos olhos, mas não poderia ceder a minha imagem de esnobe grã-fina brasileira, afinal não e exatamente o oposto que o mundo espera de mim?

descruzo as pernas e as deixo soltas, tento curvar a coluna, mas não há maneira de me sentir bem, volto ao meu nariz empinado dado grato a mim e ao show de uma pessoa só, acompanhada de um fantasma que não percebe o tesouro que tem ao seu lado.
chega o momento do intervalo e o menino sai e vai fumar la fora. pego minha xícara de café e vou sentar ao seu lado.

-meu irmão não veio.


eu já sabia que ele estava esperando gente que nunca chegou.


-seu irmão falou que vinha?
-sim, confirmou! mas acabou de dizer que surgiu um imprevisto.

a noite vai ficando mais densa, e o cigarro do rapaz mais brilhante.


-meu pai avisou-me que se eu tocasse novamente, que eu não esperasse por ele.
-disse isso?
-sim!

-mas seu pai e horroso!

-sim, eu sei.


de dentro ouvíamos risadas e mais risadas, pessoas conversando sobre coisas extremamente inúteis.


-sabe o que e mais engraçado?

incrédula de que qualquer coisa que tenha me dito ate então era engraçado, perguntei:

-o que?
-muitos amigos meus, que também tocam, e que eu faço questão de ir aos shows e apoiar, nunca vieram me ver.


minha garganta ficou seca e a ele pouco importava meu nariz empinado. coloquei a xícara no chão, ao lado do banco e apenas observei as folhas na grande e antiga árvore que estava a nossa frente, grande sombra nessa noite de sombras. ele se levantou, levou o cigarro ate um cinzeiro que ficava do lado de fora aos clientes e o apagou, parou de frente pra porta, de costas pra mim e disse quase baixinho demais:

-já estou acostumado.


e minha pose se desapossou de mim.


***

15.6.08

it's growing fat on our children's fear






foto por
Amir Cohen/Reuters

times a-changing

não sei o que acontece comigo.

é a quinta vez que tento assistir a um filme inteiro e não dá em nada. ainda me lembro da época em que assistia ao MESMO filme três, quatro, cinco vezes na mesma semana e ficava feliz da vida quando decorava as falas. os tempos mudaram e eu não ligo...

queria saber o nome disso que me priva do que eu sempre amei e sempre achei que seria minha vida! talvez a gente mude mesmo e a estrada do sempre vira a estrada do nunca, te implorando pra tomar uma estrada diferente de tudo aquilo que te fazia sorrir.


diferente nem sempre é ruim... apenas é.

14.6.08


"Queria que prestassem mais atenção na poesia
do que nos meus chinelos"


***

12.6.08

a minha Beatlemania vai me deixar pirada!


sim, saio por ai procurando online coisas dos beatles, e por incrível que pareça ainda encontro coisas "novas".

parece que cientistas sem mais nada o que fazer criaram o Magical Memory Tour, um projeto todo baseado na "analise da dinâmica da memoria humana usando musicas, filmes e concertos dos Beatles"(a)!

você pode participar visitando
o site e colocando suas próprias memorias! amei!


***

7.6.08


tem coisa nova aqui.



grazie...



6.6.08

Quer saber como é no Iraque?


"Quer saber como é no Iraque?
Seja odiado
Seja caçado
Fique com fome
Fique cansado
Fique com calor
Seja miserável
Esteja solitário
Sinta falta da sua casa
Da sua família
De sua namorada
Preste atenção ao que acontece nas suas costas
Tenha medo pela sua própria vida
Tenha medo de Alá
Espere e reze pra que você volte são e salvo"*


*carta enviada para postsecret.blogspot.com

***

5.6.08

Agora é minha vez!



Which historical figure do you most identify with?

Ana Maria de Jesus Ribeiro or Anita Garibaldi.

Which living person do you most admire?

My man, Andrew Roberts.

What is your greatest fear?

Having loved ones dying before me and the depths of the ocean.

What is the trait you most deplore in yourself?

I can’t stop eating and I’m impatient.

What is the trait you most deplore in others?

Also impatience but I’d have to say I can’t stand SELF ENFORCED IGNORANCE, which means a whole world of things.

If you could change one thing about yourself, what would it be?

I… I don’t know. I’d be calmer.

What is your greatest extravagance?

I need my morning latte.

On what occasion do you lie?

When I'm feeling observed.

What do you consider the most overrated virtue?

Knowing what you want for the rest of your life.

What do you dislike most about your appearance?

I’m damn fat.

Which words or phrases do you most overuse?

Damn. Know. Yeah .I love you.

What or who is the greatest love of your life?

My husband, my friends, my dog.

What is your idea of earthly happiness?

Not having to look for it.

What is your favorite occupation?

Archeologist.

Which talent would you most like to have?

MONEY – Ha! I’m talented… I just don’t have money.

What is your current state of mind?

As always, restless.

If you could change one thing about your family, what would it be?

I’d change my presence in their lives.

What do you consider your greatest achievement?

My thinking, my sensitivity, my humanity.

If you were to die and come back as a person or thing, what do you think it would be?

I’d be definitely a Hollywood Star - whatever that means.

What is your most treasured possession?

A ten-dollar wedding ring.

What are your favorite names?

Adelia, Camille, Ana.

What do you regard as the lowest depth of misery?

Not ever knowing what it is to give yourself away.

Where would you like to live?

In the middle of the forest.

What is your most marked characteristic?

I’m pretty sexy.

What is the quality you most like in a man?

Wilderness.

What do you most value in your friends?

Honesty.

Who are your favorite writers?

Clarice Lispector, Arthur Rimbaud, Hilda Hilst, and a few more.

Who is your favorite hero of fiction?

Rogue from X-Men.

Who are your heroes in real life?

They all have died.

What is it that you most dislike?

How the world is being handled by idiots.

What is your greatest regret?

Not being involved in a revolution.

How would you like to die?

Fighting.

What is your motto?

Dreaming is FREE.




***

é um sonho sim... um sonho bom enfim.



então quando eu vi o sorriso eu pensei que não daria... assisti o discurso e achei que não colaria... entendi do sonho dele e imaginei que não o encontraria... mas então foi que percebi o apelo superstar que ele tem por ser quem ele é, o teor sugar-free, porte de homem de caráter e idéias próprias que ele tem e a única chance de uma América baseada em morais de plástico alcançar um povo que descobriu que essa base não sustenta arranha-céus... espero e priorizo essa aspiração bem perto do meu peito... quero ver esse sorriso contrastado com sua pele em uma casa que de branca só tem o nome, e quem sabe assim o mundo inteiro ganhe algo de bom com esse caráter.


***

O questionário de Proust

Há alguns meses estava entediada em Hollywood e fui revirar livros na livraria. Sempre vou de primeira nos livros pesados e grossos de fotografia, mas esse não era de fotografia e era pesado e grosso... Na capa: PROUST. Sim, sei quem Proust foi, além de grande escritor e crítico francês era também homosexual - o que na época queria dizer ser de outro planeta! Mas nesse caso não era um livro sobre a pessoa ou nem mesmo uma de suas obras, eram outras personalidades respondendo um famoso questionário feito a ele na tenra idade de 13 anos, que mostrou logo de cara que ali algo estava para surgir como um forte nome da literatura mundial.

Vou copiar aqui alguns desses questionários (e suas respostas), mas para você descobrir quem está respondendo cada um deles terá que ler até o final! Ah! E será em inglês porque todos estão em inglês e eu estou sem tempo de traduzir! Tenho dito!



QUESTIONÁRIO UM:

What is your current state of mind?
Bloodied and slightly doom-struck, but I am comfortable with these themes. I remain basically unbowed.

What is your greatest fear?
Beyond the normal issue of the mortality of my nearest and dearest, strangely it is a fear of inertia. If I stop, I may not be able to start again.

What is the trait you most deplore in yourself?
Whenever I’m lazy enough to assume people think like me. It’s a kind of vanity that gets me in trouble a lot. Also, I tend to project a purity of heart into people who impress me, which is very child-like.

What is the trait you most deplore in others?
The inability to think for themselves. Or the need to define one’s core in five-minute sound bites.

Which living person do you most admire?
Living? Nelson Mandela would have to go down as one of the three great figures of the last century.

Which living person do you most despise?
Very tough question. They exist in the realm of war profiteers. These men and women are the lowest form of human consciousness, truly and completely spiritually fucked. Theirs is an amazing satanic dance: create a new market with war, bar competitors from the aftermath, then pay your own companies at a cost-plus basis, which guarantees profits, all at the taxpayers’ expense. They are the biggest welfare freaks on the planet.

On what occasion do you lie?
Only when awake or speaking or looking at someone …

What or who is the greatest love of your life?
The great white buffalo.

When and where were you happiest?
Hunting it.

Which talent would you most like to have?
Music. It seems the closest art to prayer and where the shamans roam.

If you could change one thing about yourself, what would it be?
Take myself less seriously. And I would try not to be famous for at least a week or two as an adult.

What do you consider your greatest achievement?
I couldn’t say I have one besides the small amount of good I’ve done for other people.

If you were to die and come back as a person or thing, what do you think it would it be?
An angelic (not demonic) non-corporeal presence. Would like to travel light.

What is your favorite occupation?
It would be great to be a medium.

Who are your favorite writers?
I can only speak to what has inspired me lately—meaning stuff I have read or reread by Garry Wills, Bob Dylan, Cormac McCarthy, Mark Leyner, Naomi Klein, Hunter S. Thompson, and J. D. Salinger.

Who is your favorite hero of fiction?
Just happened to reread Salinger, and Zooey Glass made me very happy indeed.

Who are your heroes in real life?
Let’s go with Jesus. Not the gay-hating, war-making political tool of the right, but the outcast, subversive, supreme adept who preferred the freaks and lepers and despised and doomed to the rich and powerful. The man Garry Wills describes “with the future in his eyes … paradoxically calming and provoking,” and whom Flannery O’Connor saw as “the ragged figure who moves from tree to tree in the back of [one’s] mind.”

What are your favorite names?
I like the name Doctor Zhivago.

What is your greatest regret?
That I have lived selfishly or fearfully (when I have).

How would you like to die?
While dreaming—would be a great transition.

What is your motto?
An old Yugoslavian proverb I always come back to: “Tell the truth and run.”


(Quem é esse?)

***



QUESTIONÁRIO DOIS:


Which historical figure do you most identify with?
George Sand.

Which living person do you most admire?
Aung San Suu Kyi.

What is your greatest fear?
The war.

What is the trait you most deplore in yourself?
Having too many things on my mind at the same time.

What is the trait you most deplore in others?
Inconsistency.

What is your greatest extravagance?
Spending all my money when I was 17 years old to buy an Hermès Kelly bag.

What do you consider the most overrated virtue?
Beauty.

What do you dislike most about your appearance?
My left ear.

Which words or phrases do you most overuse?
Je ne finis pas mes phrases. [I do not finish my sentences.]

What or who is the greatest love of your life?
Nature.

Which talent would you most like to have?
The gift of a scientific mind.

What is your current state of mind?
Restless.

If you could change one thing about yourself, what would it be?
My future.

If you could change one thing about your family, what would it be?
Nothing.

What do you consider your greatest achievement?
A wild garden.

If you were to die and come back as a person or thing, what do you think it would be?
A lime tree.

What is your most treasured possession?
Lucidity.

What is your favorite occupation?
Playing in the garden.

What is your most marked characteristic?
Impassivity.

What is the quality you most like in a man?
Fantasy and talent.

What do you most value in your friends?
Uniqueness.

Who are your favorite writers?
Rainer Maria Rilke.

Who is your favorite hero of fiction?
Mandrake the Magician.

What is it that you most dislike?
Insects.

How would you like to die?
In my sleep or standing.

What is your motto?
“À coeur vaillant, rien d’impossible.” [With a valiant heart, nothing is impossible.]


(Quem é esse?)



QUESTIONÁRIO TRÊS:


What is your idea of perfect happiness?
Searching for it.

What is your greatest fear?
The violence of enlightenment.

Which living person do you most admire?
The people who work with and for me.

What is the trait you most deplore in yourself?
My impatience, which can cause me to be really caustic and rude.

What is the trait you most deplore in others?
Same. We detest in others what we detest in ourselves.

What do you consider the most overrated virtue?
Monogamy.

On what occasion do you lie?
When I eat sugar and say it doesn't matter.

What do you dislike most about your appearance?
My bloated stomach after eating sugar.

What is your greatest regret?
Not spending more time with my daughter when I was working.

What or who is the greatest love of your life?
My dog Terry. All of nature.

Which talent would you most like to have?
Being patient with people who have no work ethic. Maybe they have something to teach me.

What is your current state of mind?
Content, but discontent with the leadership worldwide.

If you could change one thing about yourself, what would it be?
Being able to do nothing.

What do you consider your greatest achievement?
The way I think.

If you were to die and come back as a person or thing, what do you think it would be?
A zillionaire who gives away all his money. Yes, I would like to come back as a rich man who would live without corruption, respect nature, women, and small, insignificant things.

What is your most treasured possession?
Two necklaces from my Santiago de Compostela Camino. All of my animals.

What do you regard as the lowest depth of misery?
Prison.

Where would you like to live?
Wherever I am with Terry, but not in a confined space. New Mexico is fine for me.

What is your most marked characteristic?
My humorous cynicism.

Who are your favorite writers?
Those who tell the truth about themselves.

Who is your favorite hero of fiction?
I don't read fiction. My life is fiction.

Who are your heroes in real life?
Those who are optimistic through pain. I am a physical pussy unless I'm dancing or working out.

What is it that you most dislike?
People who don't care about themselves.

What is your motto?
"I am part of God in Light."


(Quem é esse?)



Por agora já deu...


***

4.6.08

nonsense noturno

Eu não tinha experiência com os cantos. Não prestava atenção nas nuances, nos fins, os retângulos não insistiam em presença alguma, não havia sinal de familiaridade, intenção nem resistência...

Eu me fiz presente sem prestar contas – o sonho dos grandes predadores de sonhos – perder tempo nunca foi um tópico em minhas pesquisas ou minhas dissertações. Desembrulhei o presente reembrulhado no papel amassado que amassei ao rasgá-lo em pedaços. Não estava mais ali. Por alguns instantes, posso dizer até que foram alguns longos minutos, me sentei e observei minhas mãos ainda na mesma posição sobre o embrulho, o brilho viscoso do papel me enjoava, mas não ousava me mexer mais do que o necessário para respirar... O tempo parava e nem pensar eu pensava.

Jogado no canto da sala... Lá ficara o embrulho desembrulhado, o papel viscoso amassado rebuscado em minhas lembranças. Não percebeu o que passou e me tomou por morta, assim cometendo um grande erro...

Não existiria mais sossego enfim, nem para o canto da sala, nem para mim.

4 de Junho 2008

2.6.08

preciso escrever sobre...


-os dias dos nossos tempos perdidos;

-os velhos e os jovens atropelam-se em sua unicidade;


-relâmpagos de uma mente rebelde;


-meu dedo mindinho;


-violetas serão violetas apesar dos pesares;

-beijos e socos vem aos montes;

-calos e rachaduras, contos da Pedrinha.


(em homenagem ao sol que canta la fora e estranhamente possui a voz de Ella Fitzgerald)