25.6.08

o fim

e por mais que eles quisessem voltar no tempo, não daria pra apagar o que já era certo e fato: o mundo é cruel com quem sabe...

eles recolheram suas coisas, arrumaram a sala quietamente, ela chorava, ele a acalmava sussurrando que a amava enquanto a cadela esperava por eles na porta da casa.

-pronto.
-pegou suas roupas?
-sim. e você?
-estão no carro.
-ok. vou só pegar a comida da leela.
-vai lá, te espero lá fora.

ela foi até a dispensa, pegou o pacote que estava cheio até a metade, apagou as luzes e saiu da casa. ao bater a porta largou a chave caída no jardim da frente e andou em direção ao carro sem piscar. ele estava encostado na porta, fumando e observando cada canto da rua, suas casas e esquinas. quando a viu chegar, abriu a porta pra ela e guardou a ração no porta-malas. ao entrarem no carro o pêndulo que estava preso no retrovisor girava constatemente, irritado ele arrancou o cristal e as penas e os jogou pela janela.

-você nunca gostou dele não é?
-nunca! é presente de grego...

cruzaram os olhares e sorriram um para o outro, mas a explosão tirou a concentração de suas fisionomias. ao olharem para trás viram a sua casa, em chamas. ele ligou o carro e pisou no acelerador sumindo ao dobrar a esquina.

outras casas também iam explodindo e a gritaria começava a tomar conta do bairro...



***