26.6.08

nunca fui de rimar




a vela chama os segundos, os minutos que chegam pra se entoar a canção -

a chama da vela reflete na caneca, o café, a mesa e o pão --
e
se em cada canto, em cada manto existisse um olhar que disesse não
seria o fim, não só o estopim que partilharia essa dor, essa mágua, a falta de...


reação.


se o dia estivesse e se fizesse rápido como águia, feroz como um leão
os prédios engoliriam fogo, armas e armas, fatigas de se tanto esperar por qualquer algo
qualquer algo!
então --
estaríamos quietos, a sombra em um deserto, acalmando os incertos
semeando chuva nesse verão.

catando no campo de ouro, com os olhos de alegria, esse brilhante algodão
-
e o usaríamos como moeda, num caminho que não conheceria perda nem batalhas internas,

que não prestasse contas nem precisasse de perdão...


***