11.6.07

from milwaukee to desmoines


ele dizia que tudo é bonito.

tinha um gosto de bonito em tudo o que falava e cantava sozinho mesmo quando acompanhado.

era sereno mas não era calmo.

tinha os olhos em chamas e mais do que isso, tinha sede por tudo que não entendia porque fazia tanto sentido não entender. era só sentir! escrevia cartinhas, escrevia bilhetes e deixava suas crianças tocarem mesmo que mal o seu trumpete, o sax e todos os instrumentos velhos que habitavam a garagem da sua casa. ele tinha um jeito especial de amar e era bonito. ele dizia que tudo era bonito e eu sempre acreditei. quando parar de acreditar vou morrer. vou morrer com tudo aquilo que morre sem viver por medo. vou morrer junto daqueles que não sabem que são mais especiais por serem simplesmente. vou morrer porque não ouvi o sol se despedindo no horizonte perdido dessa cidade perdida onde há mais gente do que formigas e formigueiros.

quando parar de acreditar acho que vou sumir. como somem aqueles que gostam de sumir. eu nunca gostei de sumir... eu permaneço. mesmo longe. permaneço e nunca, nunca desacredito.



*foto por alguém do site dos peppers, acho que da Heather (que também não sei o sobrenome)