11.3.07

ontem.

ela não sabe pedir ajuda. se espalha pelo lugar como se tivesse o dom da interação, como se entedesse de gente assim como entende de se sentir humilhada, desconfortável e ambígua. ela não para quieta mas não é por ser assim, é para esconder quem acha que é. é uma tristeza, eu sei. ela tem os olhos que me lembram uma pequena borboleta, sorrindo sozinha mas enganando a todos menos a mim que observo sentada confortavelmente sobre a cadeira regulável a frente do computador. meus pés estão sobre a mesa e eu ouço a música, vejo as pessoas e a percebo lutando contra ela mesma, inutilmente. prefiro acreditar que ela é simplesmente esse desleixo humano por medo. não quero acreditar que ela não passa de uma triste e patética amante da dor e do desespero do outro, não pode ser. passa pela minha cabeça entrar no meio desses colegas. mas hesito e felizmente desisto. mesmo sabendo do toque humano que abraça a todos naquela sala sei que não me recupero assim. meu ciclo se renova onde o deles termina. e sinto que um deles, presente nessa pequena reunião me percebe muito feliz estando longe. ele olha e se pergunta se seria eu alguém melhor. eu respondo com o meu olhar "ora... isso apenas significa que sou alguém que veio de outro lugar, de outro mundo, que precisa de outro fim". não quero deixar com que o clima desfavoreça a cordial gentileza dos meus dias. me levanto. arrumo a mesa, pego a bolsa e saio pela porta da frente sem falar uma palavra.
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seria demais dizer adeus.