7.3.07

calor, gente e tristessa... a bela

Vamos recaptular as coisas.
Não é o calor que me assusta, são as pessoas sendo influenciadas por ele. Estou nesse exato momento em uma lan-house dentro de uma grande livraria, ou melhor dentro de uma bookstore. As pessoas em meio ao silêncio que é criado pelos livros tão empilhadinhos em estantes impecáveis divididas por cor, gênero e ordem alfabética estão absurdamente borbulhantes. Os olhos estão molhados e não há uma pessoa a minha volta que não esteja com a bochecha corada ou a testa levemente molhada. Todos olham em volta em busca de um lugar mais fresco para se estar, esse parece uma pedida perfeita, mas para se estar aqui é preciso no mínimo uma nota de cinco reais. Isso, isso sim, me assusta. Me lembro logo da PORCARIA do (ou melhor da tentativa de) filme horrendo do Steven Spilberg chamado Guerra dos Mundos. As pessoas loucas por que um son of a bitch tinha um carro então todos de repente se sentiam no direito de tentarem roubar aquele carro para si. As pessoas em momentos de desespero em massa são irresponsáveis e egoístas. São mesquinhas, cegas e malditas, e muitas vezes não precisam de muito para mostrarem suas garras. Eu tenho muito medo disso...
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Tirando essa filosofia barata que estou enjetando enquanto escrevo também me lembrei de algo fantástico, a capa do livro Tristessa do Jack Kerouac. Vamos hablar about it.
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É uma foto de uma prostituta mexicana, nada glamurosa, sentada em uma poltrona com os pésinhos apoiados sobre ela em suas sandálias de puta delicada com um olhar triste e um jeito no rosto que diz que te devora, é só você pedir. Ao mesmo tempo ela é doce. Ao mesmo tempo ela é feita de fogo e de água e tem a pele da mesma cor da madeira da mesa que está a frente dela. A foto é perfeita para o livro....
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É isso.
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Desabafei bem hoje.
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Boa tarde.