27.8.10


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imagens novas... aqui.

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21.8.10


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texto novo aqui.


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because the evening i've always longed for...


*** eu. eu que gasto horas da minha noite, do meu dia, do meu sono, do meu sonho com tudo aquilo que me faça chorar.

não, o chorar não é o que me preocupa nesse exato momento, o chorar não é o importante. o sentir é. sentir-se inteiro de alguma forma que seja, mesmo que seja chorando já que todas as outras opções simplesmente se transformaram em leves visões de um mundo além do meu.

tudo o que eu quero, eu quero inteiro, mas deixo passar por inteiro. por amor a liberdade do outro, por amor a uma vida que não seja a minha mas que seja repleta, eu deixo tudo aquilo que amo ir. como se asas fossem tudo aquilo que eu pudesse dar a alguém. a todos.

o teclado. ele é o único que permanece quieto, a espera. a espera é seca e bruta e quase entorpecente, eu a conheço tão bem... e é quando a espera aperta os punhos, retruca em voz mais alta do que a sua e te joga contra o chão que o choro é o único abandono seguro, a única voz que acalma mesmo que silenciosa.

o choro é tudo o que no fim, tenho.

mas então que eu desejo não dar asas a ninguém. não reverter amor inteiro em amor de lembrança, fazer com que o agora se transforme num amor de hoje, amanhã e até que a morte nos separe.

mas a morte vem, e a separação é irreal. a dor é mais real do que tudo. o choro. não que eu saiba do que estou falando afinal saber e acreditar são todas facetas removíveis desse boneco que somos nós. esses bonecos bestiais. bestas. esses pedaços de pano, mal formados que de repente tomaram conta do mundo.

eu quero um tempo. um tempo para me distanciar de tudo o que eu deixei livre pois por deixar livre acabei me agarrando a qualquer coisa que havia sobrado: um pouco do cheiro, uma peça de roupa, uma carta, um beijo.

quero que tudo o que tenha sobrado vire o resplandecer de um por-do-sol contra um oceano azul esverdeado de um sonho bom. quero que o que eu tenha e o que eu seja, seja de fato inteiro e por inteiro como eu, que tudo o que seja, seja meu.

na verdade, é só isso o que eu quero e por querer o que quero sei da grande possibilidade de tudo isso não passar de um projeto bobo, infantil, ingrato... mas não. o querer é o que sou. o querer é o próprio núcleo do que eu sou e por conseqüência tudo o que importa.

(entenda, se a dor não investigar todos os cantos do que sou e não responder por mim, o meu buraco e o meu vazio nunca chegarão ao fim. a luz. eu só quero alguma luz.) ***


20.8.10

can't buy a thrill




"oh... I ride on a mailtrain, baby... 
can't buy a thrill..."
dylan, bob dylan


e que a noite chegue para que nada se apague, para que algo puro dure, para que o nome que alguém no futuro der a isso tudo seja o mais parecido possível com amor.

amor, por isso vivo. viver nos cantos sujos de um mundo ditado por poucos, responsável por muitos, renegando aqueles que seriam os novos guardiões de um tesouro maior que não chegou a ser nada além de um sonho bom de domingo cedo... 

debaixo de um sol calmo... que seja amor.

que a noite chegue abençoando a cegueira absoluta e todos aqueles que se alimentam dela... 


que a lua nunca nos deixe descansar.


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foto por mim mesma.


19.8.10





I put it in a... song.


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18.8.10




i... confess.


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it is... believing.


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17.8.10






então que eu... amo.


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despreparo...




então que me deixe ser. 

que os dedos fiquem presos aos meus cabelos já que nunca tive medo da imagem turva que a memória teima em não apagar.

o gosto dos dentes contra a carne ainda fresca depois de um banho qualquer... ela estava preparada para que aquilo que estava pronto para acontecer a seguir não fosse apenas mais uma noite em suas vidas. eles eram como feridas abertas que resistiam e resistem e lutam contra aquilo por trás desse sistema ruim. sistema esse eternamente usado como único mecanismo de apego a essa inútil sobrevivência subserviente. sim, corpos prontos para quebrar tal mecanismo, por uma hora ou duas, três ou talvez cinco. eles nunca se preocupavam em contar o tempo como quem conta hora ruim... no fim das contas, a dívida seria imensa.

o banho não tinha sido um qualquer, foi o previsto. por tanto  esperado e minuciosamente desejado.

a água que corria e escorria pela sua pele teria pouco o que contar em relação ao que ele teria preso no peito, para guardar como seu para um todo sempre quase sempre demais. um embaraço magistral de amor que ele nunca havia conhecido, pelo menos até se conhecer com ela.

como se vive assim?

não sei.

se vive?

acho que não. se espera.

pelo viver?

pelo você perto de mim, novamente.

e isso, é viver? e se estar é viver, o que é o esperar?

é o não ter, temporariamente.

não ter, não ser. o verbo que é o mesmo em tantas línguas teima em ser dois nesse português bem gasto... e nos empurra a voltar ao que é necessário para a sobrevivência. o desejo é muito, cobiçar é querer em dose tripla tudo o que se espera do mundo. afinal os frutos são o que são, nascidos da mesma terra que nos deu a vida...

o fruto é um e se não fosse um, seria todos. o que eu quero eu quero em um, inteiro. e só pode ser inteiro quando é comigo.

o que é isso que eu quero? esse gosto de um...

um gosto que a gente não esquece, um cheiro que não larga, uma textura fina demais que foi feita para ser entregue a farta falta de escrúpulos da nossa sede...

ah, essa sede.


ninguém aprende a passar por isso...




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4.8.10

i wanna steal your innocence








....eu não sei ser mais do que sou. espontânea alienação.


antes da meia noite, depois das duas. dois, entre ontem e o hoje, amanhã? não tem mais. se eu pudesse ter um gosto, apenas um, escolheria o outro. além de mais gostoso é também o mais difícil de se ter.


um som? duas mãos que não as minhas. uma voz que não a minha. o cabelo que seja sim o meu, o resto de uma história que não tem jeito, nem volta, nem norma. 


um tempo que não foi, pois não pode ser sob a luz de um dia bem claro, daqueles que derretem geleiras nos himalaias. e quem quer a luz? que bicho é esse que chora feliz debaixo de um sol mesquinho, cego, tirano? ninguém. nem eu mesma. sozinha apenas. 


calada em mim. afogada.


o escuro resolve as coisas que vivas, sabem de si e do outro. o escuro ensina a querer mais, desgraça de quem não teme. quem responderá tal insulto? deixar ser o que se é, por pura e plena negligência de um hábito que não é humano. não me venha dizendo o que é e não é humano...


dele, só eu sei. dela, ninguém sabe. ela é um humano diferente. *






existe um momento, entre o agora e algumas horas atrás em que o sol bate na janela da maneira certa. 

as folhas da palmeira californiana, o sol, a tela e enfim o vidro da janela.



quantas janelas já ficaram como lembrança? 

por quantas realmente vivi?


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3.8.10

"nunca mais vamos nos rever tão jovens..."



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eu fui, eu voltei, eu repeti a dose. falei mais do que devia, menos do que esperava, senti tudo o que não pretendia, repetia tudo o que não se revela. o que a gente faz dá em árvore? é fruto para a saciedade de alguém caindo de fome em algum futuro distante ou o que a gente faz é erva daninha, resplandecendo em ódio tudo o que toma como seu sem ao menos a decência de se manter friamente desligado daquilo que domina?

viver dentro de uma janela dá nisso. ou melhor, dentro de uma tela, a tela que tem fim, cantos, diâmetros. o que não se enquadra não se sente? o que não é visto não pode ser usado contra você? o que tem gosto não se presencia enquanto a luz, apenas a luz tem voz (e vez)? 

enquanto pares seguem secos e perdidos, partes seguem sem dano e sem abrigo ou será que sou eu que penso em um ritmo ináudivel a quem vê e espera de menos?



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