....eu não sei ser mais do que sou. espontânea alienação.
antes da meia noite, depois das duas. dois, entre ontem e o hoje, amanhã? não tem mais. se eu pudesse ter um gosto, apenas um, escolheria o outro. além de mais gostoso é também o mais difícil de se ter.
um som? duas mãos que não as minhas. uma voz que não a minha. o cabelo que seja sim o meu, o resto de uma história que não tem jeito, nem volta, nem norma.
um tempo que não foi, pois não pode ser sob a luz de um dia bem claro, daqueles que derretem geleiras nos himalaias. e quem quer a luz? que bicho é esse que chora feliz debaixo de um sol mesquinho, cego, tirano? ninguém. nem eu mesma. sozinha apenas.
calada em mim. afogada.
o escuro resolve as coisas que vivas, sabem de si e do outro. o escuro ensina a querer mais, desgraça de quem não teme. quem responderá tal insulto? deixar ser o que se é, por pura e plena negligência de um hábito que não é humano. não me venha dizendo o que é e não é humano...
dele, só eu sei. dela, ninguém sabe. ela é um humano diferente. *