7.8.09

Tetro


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"As luzes, não olhe para as luzes..."





O que falar de Tetro, novo filme de Francis Ford Coppola? Que é em preto e branco? Sim. Que é uma história completamente íntima e delicada, recheada de conflitos e relacionamentos tempestuosos tudo do jeito que um bom filme deve ser? Também. Mas mais do que isso, devo dizer que Tetro é um dos filmes mais impecáveis que jamais vi. Não só por conta da produção e direção que ficaram por conta de Coppola himself, mas também pelos atores.











Desde o ator principal Vincent Gallo - que eu sempre achei formidável - até o menor dos papéis, os participantes realmente dão o seu máximo, talvez por se tratar sim, de um filme dirigido por um dos grandes da história do Cinema e talvez esse filme mesmo sendo um daqueles que deslizam para o DVD rapidamente por falta de popularidade nas salas de cinema, será sem dúvida uma das obras primas de Coppola, justamente por se tratar de uma história muito bem montada e vivida em uma tela que foi especialmente criada para o filme, num ar que mistura uma pitada de "Waterfront" com Marlon Brando e um tanto dos filmes de Akira Kurosawa, quem o Coppola admira muitíssimo.







O filme conta a história de um jovem que viaja até a Argentina em busca do seu irmão mais velho que desapareceu de casa quando o caçula era uma criança, sem dar qualquer satisfação. Ao encontrar Angelo, que na Argentina é conhecido por Tetro - irmão mais velho - as histórias de rivalidade e tensão familiar voltam à tona e o filme começa a se desenrolar de uma forma deliciosa, mesmo contando uma história tão densa e intrincada. Enfim, esse filme é uma escola de como se contar uma história sem deixar ninguém cansado, muito menos fora de si.

Sentei na poltrona sem saber o que esperar, saí maravilhada e com uma sensação quase de euforia.

"As luzes. Não olhe para as luzes."

Talvez tenha sido esse conselho de Tetro ao personagem Benny que me deixou assim...


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