29.8.09
meu pai é o ben affleck!
25.8.09
direto da história, um pouco da história de quem vive
Pois, ela e eu criamos mundos imaginários extraordinários - muito mais enraizados e eternamente cheios de sangue do que o mundo em que atualmente vivemos. Mundos onde personagens não só respiravam como nós mesmas mas aprendiam a arrancar da vida a pouca voz que ainda a restava. Ela e eu gostávamos do Jim Morrison e de Rimbaud. Beijávamos suas bocas num ar quase irrespirável. Aprendíamos a cantar as mesmas músicas apesar de tão diferentes em tudo, éramos duas a procura de algo. O que exatamente? Não sei - ainda. Não sei se ela também não sabe. Nós duas, ela e eu gostávamos de comer cinema como se devora sorvete num dia de verão tremendo enquanto o sol lá fora grita cômico - como se gostasse de derreter sonhos em molduras feitas para os mais diversos gostos, mas todas com a mesma finalidade. Ela e eu não éramos - e não somos - moldes nem criaturas. Criadores nem viúvas. Sei lá como caímos aqui. Filhas de uma teia de sonhos estranhos que não nos pertence. Ela lá, eu aqui. Nós duas buscávamos algo que ainda não conseguimos admitir em voz alta... o nome daquilo, o tão pavoroso nome daquilo que queremos.
E quando conseguirmos gritar aos quatro cantos aquilo, aí sim... o nome e a glória de sermos o que de fato fomos algum dia retornará como chuva que vem pra tapar a boca do sol.
“Eu te disse, nada mais do que um sonho ruim...”
Tudo isso enquanto Jim Morrison canta "this is the end, beautiful friend, the end. It hurts to set you free..."
***
*foto de não sei quem, Livia - minha amiga que viveu os piores anos da MINHA vida ao meu lado, grávida e atuando no filme "The Dress". Ela mora em San Francisco e é linda demais.
21.8.09
so this is it...
14.8.09
o gênio e a deusa
"Wallowing in the past may be good literature. As wisdom it is hopeless."
- Aldous Huxley
12.8.09
blue it is, never blue
nessas paredes que pensamentos foram fincados e redescobertos por escavadores mal treinados, foi deixado esse pó qualquer retomado pelas escavações perdido, cheio de orações fecundas e prontas... tamanhas orações caíram nesse solo fértil sob um céu de muita luz e água que, constantemente ressurge embevecida, banhando as poucas sementes que sobraram e transformando serpentes transitórias e ardentes por reles presas em dóceis e fiéis soldados, donos de cargos irrevogáveis, sina distinta. nessas paredes que, respirando um ar pouco provável, reassumi minha forma inicial: desejo que num toque ainda menor do que aquele de um segundo, explodiu em sensações intensas e que formaram por algum erro de cálculo e circunstância, a minha agente impermeável, insensata condição de ser, vagabunda e barata desculpa para um filme de quinta. o céu explode em novelos, os olhos todos se voltam ao lugar errado, mas os meus sabem onde procurar - pelo menos por enquanto. e que enquanto esse agente certo souber onde procurar, irei atrás. seguindo aquele que ao canto mais remoto do mundo trilha e vou assim, acabar olhando exatamente para o lado pouco visto e iluminado do que há de mais tangível e que ninguém... sente.
nessas paredes onde respirei/respiro/respirarei, morre-se pouco, nasce-se muito e vive-se eternamente em histórias pouco compreendidas mas em pleno prazer, em um inferno deliciosamente particular.
***
7.8.09
Tetro
"As luzes, não olhe para as luzes..."
O que falar de Tetro, novo filme de Francis Ford Coppola? Que é em preto e branco? Sim. Que é uma história completamente íntima e delicada, recheada de conflitos e relacionamentos tempestuosos tudo do jeito que um bom filme deve ser? Também. Mas mais do que isso, devo dizer que Tetro é um dos filmes mais impecáveis que jamais vi. Não só por conta da produção e direção que ficaram por conta de Coppola himself, mas também pelos atores.
O filme conta a história de um jovem que viaja até a Argentina em busca do seu irmão mais velho que desapareceu de casa quando o caçula era uma criança, sem dar qualquer satisfação. Ao encontrar Angelo, que na Argentina é conhecido por Tetro - irmão mais velho - as histórias de rivalidade e tensão familiar voltam à tona e o filme começa a se desenrolar de uma forma deliciosa, mesmo contando uma história tão densa e intrincada. Enfim, esse filme é uma escola de como se contar uma história sem deixar ninguém cansado, muito menos fora de si.
Sentei na poltrona sem saber o que esperar, saí maravilhada e com uma sensação quase de euforia.
"As luzes. Não olhe para as luzes."
Talvez tenha sido esse conselho de Tetro ao personagem Benny que me deixou assim...