4.8.07

e o que faço aqui?


E alguém me pergunta o que faço aqui.


Se são de nylon ou de puro algodão os tecidos que seguram meus sonhos no ar... Se são claros ou escuros os passos que marco na estrada. Eu digo que são meus o tempo e o vento, que se balançam num arredio veleiro nesse mar de ai meu deus, enquanto os raios esquecem dos santos e se lembram de mim. Quando peço vento o cubro com pó de giz colorido, pra enfeitar os cabelos e os sorrisos, pra sabotar sacrilégios, maremotos e companhia. Aterriso nesse plano faz de conta que de tão plano se vê além, cismada com nada, enrolada em mim mesma, a música toca e no seu ritmo eu dou um passo inteiro e outro também até chegar no horizonte e catar pedrinhas de vidro no cocar do rei...