11.11.06

meu erro.

não me arrependo do tempo perdido, do sonho.
da viola sem corda, dos dias molhados e bambos.
não me arrependo de quem fui.
quem fui foi manifesto, foi direção, quem sou.
não me arrependo das palavras, dos ventos para o norte,
do tempo quente que anseia por mim.
não me arrependo do que me aguarda.
não me arrependo dos dias mais decididos.
mas gosto mais dos dias duvidosos.
não me arrependo das vidas que vivi.
não me arrependo do que senti, da náusea, da cegueira (mesmo que temporária),
não me arrepndo da minha ilusão.
a ilusão é boa e é ruim. não me arrependo de ser ruim, porque nunca fui.
não me arrependo de chorar na rua, no carro
de chorar no ombro, no telefone, em frente ao computador
sobre um teclado, tomando sorvete, debruçada sobre o livro do rimbaud...
simplesmente não me arrependo de chorar, todos os dias.
não me engano fácil e não me arrependo de não ter me enganado...
não me arrependo das caras amarradas, dos gritos estridentes
do beijo que foi e do que não foi,
do queijo que roubei e da saia bonita que eu rasguei.
(não me arrependo de enfiar o dedo na tua cara)
de pedir pelo que é real e do coração.
não me arrependo de pedir tudo o que vem do coração só pra mim.
.
não me arrependo de nada.
.
esse é meu erro.