10.12.05

con-formar pra realizar.

espero poder tecer logo, em corpo lúcido e presente,
minhas derretidas verdades.
assim me conformando em não me con-formar.



não pretendo grandes feitos, pretendo o meu inicial intento: ser arte.
era ainda pó quando a música me fez gente, me fez vida. e era ainda menina quando sabia que falar ao coração não era tarefa fácil e que todo ser nesse mundo azul aprecia a vida de uma forma completamente única e particular. sou fruto de mil cabeças, de dna, das porralouquices dos meus antepassados meio sem nexo... olho pela janela como quem espera que o anjo da certeza mostre suas vestes prateadas brilhando e refletindo a luz das estrelas. olho para a frente mas algo me carrega de volta para trás, para aqueles dias perdidos de minha curta infância, para o desejo que ainda não se realizou. a gente cria barreiras e nem pensa de onde elas vieram, se tinham algum sentido, causa, forma, pretensão. NÃO! nós somos muito burros mesmo! na eterna obrigação de não ser intrometido e de não querer ser entregue, de mergulhar em alguém, em nós mesmos, em nossa dor, nosso amor, nossa verdade acabamos perdendo a nossa única identidade real: o que queremos da vida? nada me convence de que não posso ouvir essa vozinha lá no fundo da minha cabeça, do meu coração. quando penso no que realmente quero meu coração fica apertadinho e quente! como se estivesso no forno na casa da vovó virando pão fresco...quero.
e vou pra lá.