2.1.06

estilhaços de um livro esquecido na estante...

"Que linda. Ele sabia desde o início daquela noite que tudo iria morrer em pouquíssimo tempo. Sem mencionar ou balbuciar seu nome ele apenas a observava. Em dias muito quentes tudo era mais lento e pela primeira vez ele estava agradecendo por estar calor. Que linda, linda...
Talvez ele nunca iria contar o quanto a achava linda e brilhante. O quanto ela mexia com o seu coração frio e talvez ele achasse que isso era bom. Ela não teria que viver com a certeza de ter perdido alguém bom de verdade, ele pensava. Levaria em seu caminho apenas a certeza de não ter achado ainda o seu homem perfeito. Seu homem, ele não seria seu homem. O sol começou a se despedir e ele seguiu abotoando sua camisa, colocando suas botas e chegando ao último “click” da fivela do seu cinto. Antes de fechar a porta ele parou, não para olhar para a menina linda, mas para respirar fundo e segurar a lágrima, que nunca havia sentido a liberdade de correr pelas suas faces, de morrer em seus lábios. Ao som da maçaneta girando a menina abriu os olhos e sabia que não o veria mais. Homens, pensou, todos iguais."
me...