18.5.08

gipsy cafe...


mulher cigana, tem dente de ouro que reflete na cor da moeda da guilhotina 
- tchim tchim, a cor da moeda reluz na retina.
rosto pálido de quem não entende de marina,
falta de alivio, nunca relaxa os ombros
nunca relaxa a mentira
de que esta em busca apenas da felicidade
mesmo que repentina.

mulher de longe
tem cheiro de bonde, ainda.
o ar tem gosto 
de soco no estômago
eu aqui também me perco.
não sei se estou no fim do mundo ou no beco
de um canto qualquer em que tudo que vejo
e uma porta de cristais, cheiro de patchouli e pão de centelho...

o mundo parou!
não! foi o tempo!
dentro dessa meia casa,
no meio desse meio tempo,
e eu acabei aqui, por falta do que fazer
esperando meu nego
ouvindo o tchim tchim do maquineiro,
roubando ar como quem rouba queijo.

cara de maribondo!
não aguento mais...
tapete falso da índia,
cadeira feia-chamam de rústica!
sofá que cheira a óleo, pintura lúdica
cores fortes, pimentas, caras de morte
por todos os lados ganesha a postos
mistura de tribos, mistura de rostos,
uma verdade inventada, fruto de falsos revoltosos...

isso me lembra de sonhos e enfeites
um tempo que a gente
era ainda cliente...


mulher cigana fala línguas mil,
todas com tempero
e ar senil.





*me perdoem a falta de alguns acentos...