3.3.08

parachoque

como explicar a casquinha de inveja, a sensação de intenção?
a pura voz que não fala, apenas assume o seu tom,
como esperar que nos alcancem,
centenas de micro ruídos,
partículas inter espaciais que não alcançam o seu ouvido.
entender de tanto que passa e que ainda está vivo
ao som repartido
que vem de você, nosso amigo...
como explicar o que está perdido, eternamente reparado, mas perdido
como não dizer que não se quer perder
não se pode receber mais, apenas conceder
como se entreter
sem se deixar perder enquanto o som toca
naquela mesma nota
que você acabou de pretender...
como?
falar em meia verdade
o que você falou ao soar de uma inteira?
repetir versos e reversos, em ilhas repletas de imãs
esperando pelo fim dos tempos, metal dos dias...
como cantar fora do tom, dentro do seu e refletir-se ao sonhar?
como!
estender a mão e tocar!
regar qualquer coisa plantada há tanto tempo,
foi ontem!
como sentar e esperar?
foi ontem!
planejar e rasgar cada pano que tapa cada ferida, revivo
amar de tal forma...
duvido!

que vou deixar de sentir o mesmo
quando respiro...
respiro o que você respira e já respirou...
como repito que o que restou
é ainda
o que não renuncio,
é meu, meu e de mais ninguém.

assim repito.