17.1.11

rambling

que prazer, o da alegria extraordinária. o fruto de um grande choque entre o prazer físico de se banhar em um rio daquilo que se deseja e o gozo emocional de se encontrar seguro daquilo que você sempre soube durante tanto tempo: que esse dia viria ao seu encontro, mais cedo ou mais tarde.

alegria extrema. o culto ao sentir, que seja intenso em conexões nervosas, rico em excessos deliberados de gostos e faíscas, real em cor, cheiro, toque. real em vida.

porque o que nos faz feliz é feliz por nos fazer feliz.

porque o que nos enche de dor e prazer reutiliza nossa vontade e ação de sentir para que o sentir nunca morra, para que ele continue real em cor, cheiro, toque.

que prazer, o da alegria extraordinária. do compreender que o amor não vai além do que você é, o amor se reinventa em formas invisíveis mas evidentes. ele toma a forma dos seus lábios e das lágrimas dos seus olhos, ele permanece vibrante nos seus nervos, ele não é de aço nem de músculo, ele é de eletricidade.

você é condutor.

a alegria extrema do permitir.

permitir que o todo permaneça inutilizável, entender que a pequena revolução transforma universos, entender que o gosto do prazer é o mesmo gosto que sua boca carrega, que seus olhos corrompem, que suas mãos desatam.

Tom Waits lendo poesia do Bukowski.

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