4.12.07

a pergunta, continua...

o quieto, o menos, o ciclista e o emburrado, o colorido, o intenso, o bruto e o inconveniente... o desligado... todos tocam o tempo inquieto na sala. a música e as vozes risonhas procurando, jogando no vazio iscas, buscando alguém que as morda... eu que não... eu que não quero morder nada, ouvir, pensar em nada. a televisão, o jogo, quem quer e quem não quer, o que coça a barba, coçando a barba e ele não para, o trem desendo a escada, a cor amarela da cozinha, a cozinha que eu não consigo manter arrumada... a gola da minha camisa tão linda, a única coisa de que eu estou orgulhosa - agora. a minha foto na tela dele. as mãos enormes, dele. uma das únicas coisas de que me orgulho - sempre. o bêbado, a cor ver...melha.a abelha... a janela que está sempre aberta, a cor vermelha. buddy ritchie tocando horror na tela dele. campanhas vazias, sem som a televisão não dá trégua, a trégua não vinga, a guerra... continua, na rua todo mundo... continua... enquanto eu também, continuo... pra onde? vou pro meu quarto, ligo o computador, o edredon me chama, mas a cabeça deitada no travesseiro pensa, mais do que devia.


o mundo, ainda gira?

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