3.1.07

te desobrigo

então o que será agora, cabelos de cedro? nessa tempestade sem nome você vaga disforme.
e o que acha que sabe te engole, te prende nas chamas de quem sabe que te engana. você? não engana. mas me enganou...
em tese acho que se enganou, porque o olhar sempre estava longe, partido ao meio. e sei que até esse dia tudo isso continua igual. na voz não há certeza, certa firmeza de que tudo aí está conforme os planos... planos? que encantos que você dissolve!
nesses olhos arregalados, morre um pobre homem a cada minuto, perdido na própria danação que sua boca condenou, que pena menina... tão menina por casca em casa. tão mulher nas vontades, tão covarde nas ações. covarde por não ter o que quer? não, covarde por pura certeza do que não se quer e certeza de que não viverá por algo que quer, o que quer? quando penso em você uma tristeza tão pesada me toma, como uma nostalgia sem querer, cansada de sempre ter de ser quem ama. "feliz daquele que ama. o amado só recebe e nisso está sua infelicidade..." uma grande ana me disse isso no momento certo, no momento em que te vi partir daqui.