16.1.07

"in the web that is my own i begin again..."s.n.

o canto da boca.
sujo. como suja é a mente hoje.
o dia, sujo. o quente que abre espaço pro que me irrita.
eu leio aquele que desejou meu fim, releio no fim o meu fim, ou seria o seu?
eu sei que não sinto como deveria
como deveria esperar sentir.
eu não minto, eu percebo.
o canto do olho, no olho do olho.
aquele que vê sem querer.
no canto do olho eu vejo o abandono. é só sensação, eu sei
é só um momento, fase, passagem e talvez uma linhagem de gente que sente.
talvez...
o peso é insuportável porque querer pesa mais do que deveria.
ela canta, ele passa, cantou, dançou, rebolou. ela não viu. ele não quis. e assim eu fico, de espectadora nesse circo inventado.
montado por mim, mimzinha, eu mesminha
que fiz isso comigo.
saí correndo e ainda olhei pra trás... porque!?
pra ver se tudo não é mais mesmo como era antes...
é só querer.
é só perdoar, viver como se não tivesse nada lá pra você. auto-confiança, mágica, presença. licença pra matar, pra socorrer, pra ensinar, aprender. licença pra perceber. falta de sensibilidade pra não ver. pombas, laços, vestidos, doces, cores, rabos. tudo que uma dama não precisa pra saber se virar no mundo cão, tão dócil esse cão...
me arrepia isso tudo, sabia?
os braços, a nuca, o cóccix... me arrepia os cílios, os poros nas pontas dos dedos. a pele fininha que envolve os lábios, me arrepia.
o desejo é a única fonte de vontade, o resto morreu.