13.6.06

enquanto ouvia o tempo

Eu sou toda um pouco muda quando penso no que há por trás do que penso. Se penso demais sobre isso esqueço que pensar é quase um empurrão... para onde? Não sei. Um belo dia, estarei por aqui nesse mundo abafado esperando por um pequeno sinal de que a vida, por si só, não quer ninguém para descobri-la. A vida quer gente que se entregue. Esse sinal vem, disso eu sei, com um trovão... às vezes vem com um arco-íris. Muitas vezes vem também com uma guerra ou um beijo. O sinal pode ser tudo de mais arrebatador como também pode ser um lírio no seu caminho pra casa... basta parar um pouco. Basta viver pra ver. E nesse tempo o que há de paciente e infame nos nossos dias se transforma em sangue quente, em tempo hábil, em... vida! E não seria incrível ter perspectiva? Não seria estonteante não pagar pra ver? A minha resposta é clara e tão na cara quanto eu poderia ser: sim. Seria sim. E nessa noite meio sem graça eu gostaria de ver um pouco de sonho... mesmo que triste, mesmo que colorido. Um algo que me quisesse, alguma gota de chuva perdida pra me molhar ao sair de casa pela madrugada solitária e corrida. Te espero por aqui, por ti aguardo com um sorriso no meio do meu peito, cravado como espinho de rosa na mão impaciente. Espero sentada, de pé e correndo. Te espero como quem não quer nada e quer tudo, ao mesmo tempo porque sei que a vida é assim mesmo, pra ser vivida ao seu modo, no seu tempo.