16.4.08

como os nossos pais

Ao assistir à Elis Regina gritando "e é você que ama o passado e que não vê que o novo sempre vem", uma certa sensação de auto-descaso, de falsa comodidade e de eterna privação tomam conta de mim, um vazio calamitoso, um caos não-criativo, um deserto de verdade e razão se tornam o que restou do meu ser.
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Quando ela berra que "hoje eu sei, que quem me deu a idéia de uma nova consciência e juventude está em casa, guardado por deus, contando vil metal" uma tristeza repentina apaga tudo, dando um tapa gelado na minha cara quente de tanto choro.
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Ao chegar a esse ponto, de procurar a verdade no youtube sem ter noção que a encontrarei me arrepio, a vida chegou aqui, nesse meio caminho da estrada e deixou toda a bagagem escapar do porta-malas. Ora! O vidro estava embaçado, como poderia ter notado?
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Se me perguntassem se preciso de um copo d'água responderia simplesmente "não preciso, estou afogada dentro de um", e saberia assim que então nada vale um tostão furado - como ela diria, um centavo barato, um pedaço de metal falido quando se percebe num vupt que a gente falhou... Novamente.
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Pra quem quer entender:
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