24.9.08

sobre qualquer coisa

"a minha casa" ela diz, "esta aberta para quem não sabe criticar". eu parei e pensei bem no que ela disse, como se tivesse demorado para o entendimento dar-se comigo eu perguntei quase monossilábica "que?", ela riu. como uma risada que me embriagava por existir, ela simplesmente riu. "em minha casa, eu disse, só deixo entrar quem não quer criticar", e eu calei. pensei "não posso criticar então", mas como assim? a resistência me impedia, a educação era maior do que eu e decidi me retirar. será que é possível ser compreensível sempre sem ser mal interpretado? afinal, nossa casa é o lugar onde nos não queremos mais ninguém nos impedindo de ser... certo? certo. e ela estava certa, sim. o dia começou estranho mas me aquietei logo porque, afinal eu a compreendia muito bem e percebi eu mesma sofrer desse mal que - em um mundo todo criado por homens que só querem viver conforme a cartilha de ganancia manda - se chama individualismo doente e exacerbado, e ele é quem mantém alguns de nos ainda sãos - infelizmente.


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