20.9.08

coisas de amigos (nao sei se posso usar essa palavra) parte II

estava me lembrando do dia que passamos em Hubbel, minha camera envolta do meu pescoço, seu estojo e violão em suas costas, um gravador novo que você me ensinou a usar no meu bolso e um dia ensolarado em pleno outono. "parta", você disse depois de um certo silencio, "parta daqui, você não merece viver aqui"... e o que era pra ser a minha descoberta de qualquer coisa que você significava se transformou na busca insaciável pelo o que você queria descobrir em mim. "duas pessoas não brigam se uma não quer, certo? porque será que todos eles brigam, sem razão, nem objetivo? não quero mais participar disso", e todas as frases vinham depois de um longo silencio porque eu sim, deixava você falar. falar de qualquer jeito que quisesse, e pra mim sim, fazia sentido, e faria para sempre. não quero nada de você, você não quer nada de mim. dois querem e fazem o que for para serem se o querem, na hora que for, no dia e no clima que for. eu lembrei daquele dia e ouvi novamente a fita - não! não é fita mais, passou a época - você e um enigma que eu desvendei e parece-me que o mundo ainda não entendeu.

quase quando o sol estava prestes a se por, nos voltamos ao carro que, por algum acaso havia sido levado - você parou no lugar errado! - e eu disse "e eu que não sou daqui...".


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