16.3.07

happy coffee friends

o sol está quente, mas os raios tímidos na janela iluminando a casa de café gelada fazem bem. o livro da madame bovary, o diário de idéias - não de álibes - ao lado do copo de café com leite... pingado. as flores de todas as cores que são as coisas mais mortas do lugar, as meninas, com suas roupinhas de baristas tão delicadas são anjos, eu sei. apareceram na minha vida para fazerem o melhor café do mundo, o melhor, só pra mim. madame bovary speaks to me. o cara lá fora fica olhando pra mim como se eu tivesse uma banana grudada na testa, macaco de laboratório. o senhor que merece ser chamado de velho sentado na poltrona não para de olhar pra minha calça apertada, eu sei, eu sei, quem mandou nascer com esse bundão! os risos internos tomam conta de mim, madame bovary. na hora que começar a pulação de cerca o livro vai esquentar e todo o resto vai desaparecer. tenho medo de perder a hora então fico com o celular na mão, tenho reunião, aula, trânsito e música, tudo pra me assustar, estressar, apressar e inspirar durante o dia e pelo dia afora... madame bovary... e eu volto ao tempo, volto ao instante em que o cheiro de off é o que há de mais familiar em volta. deixo de lado o instante desprendido do tempo, volto ao tempo, dando as costas às angelicais figuras que fazem do meu café algo sobrenaturalmente feliz. feliz.