3.11.08

leia tudo.


que mundo é esse em que a gente vive que, uma voz não é o suficiente para se pedir por paz? leia o que eu acabei de perguntar, leia em voz alta, de frente para o espelho. se pergunte "que mundo é esse que a gente vive que, uma voz não é suficiente para se pedir por paz?", não, pare tudo. pergunte algo diferente, ainda em voz alta: que mundo é esse que vivemos onde pedir por paz NÃO adianta? alguém pode ler isso aqui e achar pura ingenuidade, inocência, candura ou ate de uma ausência de qualquer experiência de vida passada de minha parte. pare tudo. eu pensei que ser gente era ser... humano, pronto a ouvir o outro e, utilizando todas as ferramentas que foram entregues a nos ao sermos concebidos, poderíamos enfim racionalizar, compreender, discutir e chegarmos a conclusões sensatas. não. mentiram para mim. mentiram sem do, nem piedade, nem esperança. mentiram. falharam, esses tais seres, ao imaginarem que mentindo criariam melhores cidadãos, criariam pessoas mais... sensatas, vejam vocês! e por isso agora você me lê e pensa "que criatura ingenua!", que criatura que eu fui tornar a ser. eu ainda não entendo, não se passa pela minha cabeça, minha pouca - ou muita - compreensão não codifica o não quando um único alguém pede por paz, qualquer paz que seja. chega! um tiro, uma bomba, um tapa na cara não é concebível, não é cobiçado, não esta pronto para se tornar algo aceito por quem deliberadamente entrega esse discurso a você, leitor, como quem entrega pão a um desconhecido faminto. eu sou a faminta. aquela criatura cheia de porquês mas que estaria infinitamente feliz com um sim! apenas um! será isso possível? alguém estar feliz com um sim? um por favor, você esta certa, sim, venha cá... vamos resolver tudo. lave as calcadas com o sangue que for, pavimente o solo com a dor que for, cubra as feridas com as gazes necessárias, temos todas as que precisamos logo aqui, no bolso, respire fundo, diga sim. olhe novamente naquele mesmo espelho e diga sim. mas cuide-se pois a experiência pela qual você ira passar ao dizer um simples sim será imensamente libertaria, como se regassem flores nos seus jardins, e sem nenhuma razão aparente as flores postas começassem a criar asas, não há razão! ela não existe! os céus felizmente e finalmente estariam cheios desse colorido que você jamais viveu. aprenda... aprenda a não deixar a inocência de uma simples pedinte -mesmo aquele que tem "tudo" - te tirar o tom, essa pedinte sou eu, aquela que não entende de nãos, que não entende de não se conceber um pedido tão... humano, a quem quer que seja.



"ele não parava de cantar, não parava de pedir e todos pediam com ele."