7.10.05

da cor do céu sem nuvens

conjugo nesse céu palavras de dor
flexiono verbos e anti-verbos
estaciono nessa rua prolixa
cheia de nós do passado
barbantes, fitas, lembretes em todas as esquinas...
e não me lembro dos cortes profundos -não mais!
só lembro de como é cair
cair sem pensar (e pesar) no amanhã
(nesse amanhã infinito que se repete)
só caio pensando no cair da leveza
que envolve meu atrasado coração
que se segura firme nesse vai e vém de ondas
nesse oceano de mulherzinha azul bebê.

estou azul bebê

amo assim, amo assado, amo colado e arrebentado, amo violetas e amo cristais. amo esse passo(ao meu) entrelaçado, com perfume esborrifado, assanhado e excitado. escrevo seu nome na minha frente, vai vem e vai e vem e volta e dorme e acorda, passa na escola que eu já volto. eu quero, eu te quero. quero você. na rua, na casa, na fazenda ou numa casinha de sapê.