12.9.07

é bola que vejo.
no céu atrás do prédio que esconde as árvores ali de trás.
é o palco agora que vejo.
mesmo que travestido de ponte, rabiscada e quebrada, mais suja que limpa com o cheiro forte do córrego lá de baixo.
é bola que vejo.
no freio do tio que passa azulado, debaixo do fio que é de cá do lado, o trem que não vem...
é bola que vejo.
nos olhos arregaçados
olhando pra mim.
nos olhos de medo
que temem por quem
tem medo de mim.
nos terremotos rendidos alguém contou uma história e nela eu só via a bola.
a bola, é ela a única que vejo.
e na bola eu via a única vontade que tinha...