22.9.06

atestado de pureza.

a pressa presa na janela
como água escorrendo da colher pra panela
a vida é estranha e já me avisaram ao sair correndo por aí ...
não é de hoje que vejo no miolo do mundo
o miolo do meu coração
que de tão pesado e quente, derrete o tempo ao redor
rendendo o que resta do que há de mais eu
mascarando a minha serenidade
entregando a minha visão
como se tudo isso que eu crio no meu peito
não tivesse vida fora da ficção...
te juro. sou pura.
como puro é o cristal de lágrima no painel do carro
como puro é o sal da minha boca
e como é pura a pureza de não querer nada e mesmo assim desejar tudo.