13.9.06

aristóteles

Eu poderia escrever qualquer coisa.
Qualquer coisa que te fizesse calar.
Em prosa ou poema, poderia te observar e te usar como tese para o meu futuro promissor, para os meus ensaios, para a minha dor.
Poderia livrar a minha cara de qualquer culpa por insulto, por sonho ou por torpor...
Eu escreveria novelas, sonetos, canções pró e contra a liberdade do ser-humano e ainda ser linda e amada por ser hipócrita.

Tão heróica.
Poderia ser mil.
Mas sou meio tonta.
Fico pasma com caras tortas e com desonestidade às claras.
Meu copo está sempre meio cheio e minha taça, sempre meio vazia.
Sou meio boba e por isso eu digo que invento rima e desfaço triste o fio de pensamento...
Porque sei que está tudo errado, que nada condiz com o que quero dizer, porque eu não quero dizer nada.
Eu vomito tudo.
E vomito a cada segundo um véu tão lindo que vi você usar...
Naquela rua, naquele dia sem sol.
E eu chovo.
Eu corro.
Eu fico e sinto que ficarei assim
Pendurada por um fio de seda até o fim.
Até o dia em que eu acordar dessa vida e inventar mais rima... assim VOCÊ também cria alguma coisa especial pra me fazer rir.