10.2.08

8:28


eu mal assisto televisão, amo ficar pelo menos uma hora por dia na internet e adoro cozinhar e engordar meus amados. o resto do tempo divido entre trabalho, fotografia e letras cozinhadas e escolhidas tanto a la carte como por quilo. em um mundo magro de ruim eu me sinto cheia de esperança e com alguns tantos resíduos do que algum dia foi minha dor... não faço propaganda, não queimo nomes em sítios públicos, não ironizo e não idealizo, não me repito e algumas vezes me enterneço, mas a maior parte do tempo me consumo. pessoas acham que sou muda, calada e cheia de dedos, que observo demais, falo de menos, que pareço boneca, criança, menina e que amo a vida. mal sabem todos que eu falo mais do que deveria, esbarro em tudo que vejo, percebo menos do que realizo, tenho cara de borracha em frente do espelho e que sou mulher velha que não entende da vida. em termos, sou espontânea. em realidade sou característica. em meados sou estantânea, no fim, artista. o passo apressado geralmente é pra ir pra lugar nenhum e meu dinheiro não compra roupa, maquiagem ou esmalte. não paga cabelereiro nem cheiro, nem batom, nem nada que se deva pagar e sim o que deve ter pra se existir. gosto de tudo que faz existir. sento no chão da livraria e procuro em tudo palavras de apego, porque não sei estar sem me apegar porque é fácil demais desistir e alçar vôo. difícil é manter os pés firmes, o olhar atento e os pensamentos ambulantes. dificíl é ser e estar em uma combinação perfeita que não precisa de verbos pra se explicar. difícil é não se explicar. eu não gosto de terminar...


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