9.9.05

calar o coração, nessa canção, violentar meus desejos. esperar pelo ônibus olhando pela janela, enclausurado nesse casulo de sonhos violetas.... essas borboletas cantam, dançam, brincam de esconde-esconde nos nós desatados de nós. nós que são sós. que são pó. que são mais do que nossa eternidade permite. desvende meu segredo, eu suplico. desvende minha integridade. a luz que inspira e transpira, a luz que quero. o vazio que está esperando pra ser preenchido. preenchido? para que espero? sou. todo vazio, ao acordar cedo. sou. toda cheia ao dormir. sou. toda sonho quando acordo. sou toda melada quando vivo. calo e sigo. falo comigo com a boca fechada, passo por passo descompassados em um ritmo indefinido. sou música. toda desafinada. sou melodia, desharmonia.... e quero. ai meu deus, como quero. desfazer as palavras nesse desespero constante, nessa entrega. quero.