8.6.10

sonhos enlaçados às tuas veias



- Eu tenho medo de te querer mais, de te querer mais do que jamais poderia resistir. Medo de que o ar frio e fresco tome tudo ao meu redor, de repente. Um medo que leva o despreparo às alturas e a certeza de que tudo o que é importante na vida de fato não pode ser ensinado, um momento qualquer e tudo para de rodar, o mundo para de girar, todos param de querer para que eu te presencie diante de uma imensa ausência de se ter o que falar. Eu te quero. Talvez não te queira depois de amanhã, nem antes de hoje, mas o importante é que sua presença seja referida à mulher que hoje sou, sua. Nada mais importa se o importante não é o que vai durar ou não, a dúvida e a lógica nunca encontraram conforto no desejo e o desejo, todos sabem, é a pólvora como também é a mão que prende a flecha ao cordão, pois então... Te quero. Não quero ouvir resposta e tenho medo agora do que não chegará a me arranhar depois, mas a vontade e a angústia são maiores do que o mundo e sinto que, de tão próximo o momento não vejo além do agora, o agora que te pertence e que jamais pertenceu a outro alguém.

Fiel a ti, meus sonhos enlaçados às tuas veias.

Nada além de sangue e lágrimas, além do agora que vai secar todas as dúvidas e remendar todas as divergências. -


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