sol

se o mundo que eu vivo coubesse em um acorde, o amor que eu sinto fosse o contorno de uma face e se a cor que eu vibro virasse um momento, ele seria tudo. tudo o que há para existir. se o que eu sinto é o que você quer, então que seja. se assim for, será. se não for, não cabe a nós esse tal querer desmedido. mas essa música eu ouço e me acorda em tempos de lutas inglórias, como acordou meus pais e como acordará meus filhos... nesse frisson de ilusão eu corro por um tempo sem respostas, porque eu já sei todas elas: estão guardadas a sete chaves debaixo desses cabelos embaraçados, debaixo desses ombros marcados... o número de sardas desse meu corpo é igual ao número de vezes que tentei me jogar à inércia cômoda do foda-se, estou muito bem obrigada. mas não hoje! essa música vai me acordar, hoje e amanhã... pra quem quiser acordar na quinta nota da escala de dó...