16.1.06

pelo menos eu tenho palavra

quantas vezes eu ouvi você dizer que vai?
nessas ruas meio quentes, meio amarelas e cinzas, suas palavras derretem como sorvete de creme, sem consistência. derretem
quantas vezes eu liguei, pedi, cantei e gritei?
nesses dias meio sem nexo - pra você - cheios de certezas - para mim - você se perdeu? esqueceu de ligar o motor da consciência, aquele botão entre os olhos, esqueceu de conectar na tomada? você que é tão ligado... ligado!
aaaa... não me venha dizer, sua razão nua não me atinge, não mais! eu era tão nova mesmo. mas não me arrependo, mas e você? se arrepende... sei lá... você não liga
são momentos únicos como esse, se liga!
agarra essa corda, se não vou soltar pra nunca mais.
nunca mais.
nunca mais.
você algum dia vai ler isso aqui? acho que não...
você acha tolo, bobo, estorvo, meio empurrado com a barriga
o que eu digo? não falo nada, mas tá escrito, está eternizado e letras de bolhas de sabão, tão frágeis quanto o teu coração oportunista, parasita. paraninfo...
nesses dias você está claro, como o sol que arde meus olhos e me dão um pouco de raiva. again...
pelo menos eu tenho palavra.