12.9.10

escrevi não faz tanto tempo...



-A Página Em Branco. Escrevo Assim Porque Assim Enche Mais O Branco. o assim que sem ter muito a ver com o branco o preenche. EntendE? Com a mesma violência com que Jamie toca qualquer coisa que toca, o meio fio fica a mercê de qualquer coisa que seja. Eu estou a espera, qualquer coisa em primeiro lugar, em segundo vem eu. Terceiro é quem vem em primeiro, e o grande e imenso véu que cobre os olhares secos também esperam por água, ÁGUA, gritam, esperneiam. A areia cobre até os mais miseráveis dos milionários. Todos comem da mesma terra. Todos Comem Da Mesma Terra. Assim encho mais o branco que já não é mais tão branCO assIM. Pois a mulher que me é vive quieta no retrato. Ela está a espreita de qualquer coisa e eu aceito. Aceito alegre pois feliz seria impossível de se aceitar qualquer coisa. Teimo em sair enquanto a neve cai e cobre quase tudo descoberta, é a verdadeira descoberta do ser pequeno. Do ser indiferente. Eu sou indiferente a mim mesma e no entanto ainda prezo pela minha frequente vontade de me criar, criar? Me criar mais. Me regar até que as raízes possam facilmente criar mais e mais filhas até que alguém desprovido de intento arranque-as da onde for que tenham mantido moradia. Assim fico feliz. A música tocA. Toca oca e toca redonda. Porque todo oco é redondo? Minto. Você mente. O oco não é redondO. É ocO. É o osso dentro de um tal osso que responde ao chamarem pelo nome oco. Alguém arrancou meu sorriso, pregou na parede seca, tão seca quanto a minha garganta oca. Nessa parede não existem palavras que expressem a falta do meu sorriso na área mais frágil do meu corpo, é oco. O tal do osso... ele ressona íntimo, quase meu e aceito, alegre porque feliz não se aceita viver. Feliz não é, nem nunca foi. Feliz sempre será. O dia não sorri porque quem quer que disse pela primeira vez que ser sol é ser inteiro estava equivocado, as flores não cantam, choram e a noite tão contida e intensa se derrama por si. A Lua É Inteira Como É InteirA A noitE quE A cobrE poR fiM.-