3.8.10

"nunca mais vamos nos rever tão jovens..."



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eu fui, eu voltei, eu repeti a dose. falei mais do que devia, menos do que esperava, senti tudo o que não pretendia, repetia tudo o que não se revela. o que a gente faz dá em árvore? é fruto para a saciedade de alguém caindo de fome em algum futuro distante ou o que a gente faz é erva daninha, resplandecendo em ódio tudo o que toma como seu sem ao menos a decência de se manter friamente desligado daquilo que domina?

viver dentro de uma janela dá nisso. ou melhor, dentro de uma tela, a tela que tem fim, cantos, diâmetros. o que não se enquadra não se sente? o que não é visto não pode ser usado contra você? o que tem gosto não se presencia enquanto a luz, apenas a luz tem voz (e vez)? 

enquanto pares seguem secos e perdidos, partes seguem sem dano e sem abrigo ou será que sou eu que penso em um ritmo ináudivel a quem vê e espera de menos?



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