20.1.08

ela parou ali, naquele canto que você estava observando.
parou e se concentrou na dor nas solas dos seus pés.
enquanto parava erguia de leve a barra da saia, observava as pernas, os ângulos, a pele e as meias... os pés. o material da bota, o cadarço, a cor do couro...
se esbarrou em si mesma, de cima pra baixo, escapando do telhado, caindo por baixo da terra enquanto deslizavam sons na solidão silenciosa de sempre. era um eterno sempre, e demoliam-se canções. as paredes nunca estiveram tão frias. quanto menor a tolerância, maior a entrega... e a entrega era infinita...
.

ela parou ali, naquele canto que você estava observando.
parou e se concentrou na dor nas solas dos seus pés...